Sempre, sempre sempre à mesma hora, ela acorda e treme hesitante, procura em desespero um apoio, algo a que se agarrar. E tenta erguer-se. Não consegue. Cai. Tenta de novo. Demora uma eternidade a tentar despir a camisa de noite. Não consegue. Alguém chega. É o sorte. Hora dos comprimidos. Como pilhas. Mas são como pilhas já gastas. O seu efeito é fugidio. Tentativa de tomar o Sinemet. O primeiro do dia. Muitos outros se seguirão. Não consegue beber. Não consegue engolir. Porque treme, não consegue beber. A água entorna-se. Entristece. Que vida a sua! Uma vida mais teimosa do que ela. Com um final só para pessoas fortes.
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