Visualizações de página do mês passado

terça-feira, 13 de maio de 2008


Ilmo. Sr.

Diretor de Redação
Revista VEJA

Na qualidade de assinante e leitor assíduo dessa conceituada Revista, peço encontrar abaixo o teor da mensagem desta Associação, que foi admitida como "amicus curiae" na ação declaratória de inconstitucionalidade promovida pelo então Senhor Procurador Geral da República contra a Lei de Biossegurança que permite as pesquisas com células embrionárias. Ficaria agradecido se Vossa Senhoria houvesse por bem acolher referida manifestação, com o objetivo de sensibilizar as pessoas que detem o poder de conduzir os destinos de nosso querido País. Assim procedendo estará contribuindo decisivamente para o bem estar geral e felicidade de quem sofre de uma moléstia até aqui incurável.

Associação Brasil Parkinson
Samuel Grossmann - Presidente
RG. 1.577.826/SP
Avenida Bosque da Saúde, 1155
04142-092 - São Paulo
Telefone: (011) 2578-8177


CÉLULAS TRONCO EMBRIONÁRIAS
"Em seu excelente editorial “Carta ao leitor” e na reportagem de fls. 96/97 da edição 2058, esse prestigioso Órgão da Imprensa aborda com extrema acuidade a questão das células tronco embrionárias, ora sob exame perante o STF.

Acaba de ser divulgado um manifesto intitulado “Declaração de Brasília” em que um grupo de juristas e cientistas – encampando a posição defendida pela CNBB – se declara contrário às pesquisas com células tronco embrionárias. Quero crer que se trata de pessoas sem nenhum familiar ou amigo portador da uma doença cruel. Caso contrário, não se mostrariam insensíveis ao sofrimento de quem se vê, desgraçadamente, despojado de seu bem supremo – a Saúde. Por que negar a possibilidade da busca do alívio do sofrimento de alguém? Graças às pesquisas realizadas no passado, muitas doenças, até então consideradas incuráveis e que martirizavam a humanidade – como tuberculose, febre amarela, sífilis, doenças venéreas, e outras – hoje estão erradicadas. Pergunta-se: seria ético deixar na rua da amargura milhões de sofredores, não só em nosso país, mas em outras nações, na defesa de embriões descartados, inviáveis e sem serventia (inclusive por falta de útero humano), congelados por mais de três anos, conforme manda a lei, e cujo destino seria a lata do lixo? Negar a possibilidade de pesquisa seria regredir aos tempos de Galileu, a quem, muitos séculos depois, se pediu solenes desculpas! Confio na sensibilidade dos ilustres Ministros da nossa mais alta Corte de Justiça que, certamente, saberão manter a vigência da Lei de Biossegurança, de acordo com o princípio do fim social a que ela se destina, aprovada pela maioria esmagadora do Congresso Nacional, depois de longos debates.

Nós que aqui estamos – ainda vivos – também escolhemos a vida. Queremos viver e sobreviver"