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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pacientes recorrem à Justiça para garantir remédios

A LUTA CONTINUA


De: Samuel Grossmann
Data: 01/12/09 23:42:38
Para: consumidor.estado@grupoestado.com.br
Assunto: Res: ENC: Merck Sharp & Dohme - Falta do remédio CRONOMET

Prezada Dona Luciana
Atendendo ao seu pedido, acrescentei à minha correspondência o número de meu telefone: 3088-5292
Espero contar com a ajuda desse vibrante órgão de imprensa no sentido de que seja regularizado o abastecimento das farmácias e drogarias de um remédio de uso contínuo e ininterrupto para o tratamento da Doença de Parkinson. A Empresa mantem um silêncio sepulcral sobre minhas indagações, parecendo não se importar com a saúde e a vida das pessoas.
É por essa razão que me valho do peso desse Jornal no restabelecimento de um direito de acesso aos remédios, que faz parte, conforme resolução da ONU, dos direitos humanos.
Obrigado pela atenção que se servirem dispensar ao assunto, permanecendo ao seu dispor para outras considerações acaso julgadas necessárias.
Atenciosamente
Samuel Grossmann
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-------Mensagem original-------

De: Consumidor Estado
Data: 01/12/09 17:30:23
Para: samgross@terra.com.br
Assunto: ENC: Merck Sharp & Dohme - Falta do remédio CRONOMET

Sr Samuel,

Reenvie a sua queixa com o tel para contato.

Att

Luciana Magalhães

Coluna Seus Direitos

O Estado de S. Paulo

Fone: 11 3856.5162


De: Sao Paulo Reclama
Enviada em: sexta-feira, 9 de janeiro de 2009 00:11

Para: samgross@terra.com.br
Assunto: ENC: Merck Sharp & Dohme - Falta do remédio CRONOMET

Prezado sr Samuel,

A Coluna São Paulo Reclama informa: houve engano no envio da reclamação.

A msg foi redirecionada para (consumidor.estado@grupoestado.com.br) devido ao assunto pertencer aquela seção.

Att

Cristina Anastacio

Atendimento ao Leitor

S/A O Estado de S. Paulo

spreclama.estado@grupoestado.com.br

De: Samuel Grossmann [mailto:samgross@terra.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 7 de janeiro de 2009 16:07
Para: Sao Paulo Reclama
Assunto: Merck Sharp & Dohme - Falta do remédio CRONOMET

Prezados Senhores

Para seu conhecimento, segue abaixo o teor da correspondência que estou mantendo com a Empresa MERCK, SHARP & DOHME sobre a falta do remédio CRONOMET, produzido por aquela Organização e que de uns tempos para cá sumiu do mercado nacional, provocando comoção, intranquilidade e angústia daquela especialidade, de uso contínuo e permanente. Estou mobilizando os órgãos de imprensa e de defesa do consumidor no sentido de que seja regularizado o abastecimento daquela droga e a cessação dos sofrimentos daqueles que foram despojados de seu bem supremo - a sua Saúde.

é o apelo que faço em nom da comunidade parkinsoniana nacional

ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON
Samuel Grossmann - Presidente
Telefone 3088 5292
01423-001 - São Paulo

POEMAS DE AMOR E DOR

ESTA VIDA NÃO VIVI!

ROMASI

(Rogério Martins Simões)

Será que na vida não vive

Quem na vida já viveu?

Ou será que terá vida

Quem nesta vida sofreu?

Eu que morri e que vivo

Dentro do mundo que passou,

Nos versos que não morrerão

Após rasgar a vida

Irão lembrar quem chorou

E esta vida não viveu.

1971



Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009
EM SONHO ME DEPENDUREI NO LUAR

(Óleo sobre tela

Elisabete Sombreireiro Palma)

Poucas pessoas, à excepção daquelas que verdadeiramente sofrem connosco, se apercebem da verdadeira gravidade da minha doença de Parkinson.
Gestos comuns, instintivos e rotineiros, deixam de estar ao alcance dos doentes de Parkinson. Fazer a higiene matinal que demorava 10 minutos passou a demorar mais de uma hora. Um simples apertar de um botão da camisa; um ajeitar do nó da gravata ou apertar o cinto levam-nos muitas das vezes ao desespero.
Pouco a pouco vamos perdendo a qualidade de vida. Perde-se a dicção, perde-se o movimento do rosto – chora-se o sorriso – e até a agilidade se perde quando nos queremos virar no nosso leito.
Depois sentimos culpa por já não sermos úteis, por já não ajudar nas lides caseiras, como sempre o fiz desde os meus 7 anos de idade.
O ano de 2008, que tento esquecer, foi o ano em que os desaforos da ingratidão nos foram chegando em catadupas, entristecendo e seriamente comprometendo a minha esperança.
Quem não é corrupto, e sendo um trabalhador por conta de outro, não consegue fazer fortuna.
A dependência humilha a menos que haja alguém que não cobre…
Em 2008 nem o nosso cão nos sobrou!
Depois chega a interrogação: que seria de mim sem o carinho e o amor dos meus idosos e queridos pais, Isabel Martins de Assunção e José Augusto Simões
Que será de mim sem a minha doce e solidária companheira Elisabete Sombreireiro Palma.
Falar de Elisabete Palma é falar de doação. Elisabete Palma reúne, numa só pessoa, todas as qualidades que sempre sonhei encontrar e encontrei numa companheira.
Por serem já tão raras essas virtudes é para ti o soneto que escrevi este ano e que te ofereço com tanto amor.
Rogério Martins Simões

DUODOPA CR‏

De: Samuel Grossmann (samgross@terra.com.br)
Enviada: sábado, 10 de janeiro de 2009 19:00:04
Para: Hugo Engel Gutterres (hugoengel@via-rs.net)
Cc: Associação Brasil Parkinson (parkinson@parkinson.org.br); Baldoino Soares do Amaral (baldoino226@superig.com.br); marcilio (SC) santos (marciliosegundo@hotmail.com); milton.ferraz@terra.com.br (milton.ferraz@terra.com.br)
Caro Hugo
Em prosseguimento à minha correspondência, encaminho abaixo a resposta que recebi do Lab. Torrent, fabricante do DUODOPA que você está tomando.
Como vê, a falta desse produto é devida à "falta de matéria prima". Fala essa - "por coincidência" - na mesma época em que o CRONOMET sumiu do mercado.
Se eu não estou vendo "fantasmas", está-me parecendo uma manobra da MERCK, cujo objetivo não consigo vislumbrar.
Como se viu no site da Torrent, ela é uma empresa sediada na India e que está iniciando suas atividades no Brasil; não sei se ela é uma subsidiária da Merck e se adquire a matéria prima desta última. A India é um país produtor de remédios a preços mais baratos do que aqui. No momento não sei falar sobre a política de pagamento de royalties adotado por ela e sobre questões que envolvem quebra de patentes.
Quero relatar, apenas para deixar registrado, um questão que tivemos com a Merck 1986, a respeito do Sinemet. Logo após o lançamento do Plano Cruzado pelo Governo Federal em 1986, que congelou os preços das utilidades, aquele produto sumiu das farmácias, o que levou a ABP fazer barulho pela imprensa, traduzindo a gritaria dos parkinsonianos. A Merck nos alegou que a falta do remédio era devido ao aumento do consumo pelos doentes, que passaram a ter mais dinheiro no bolso, já que seus salários eram corrigidos pela URV (lembra-se?). Contestamos que, no caso dos parkinsonianos isso não era verdade, já que devem ser tomados as menores quantidades possíveis. Depois disso alegaram falta de vidros, ao que sugeri acondicionar o remédio em embalagens de plástico ("blister"). Alegaram então que deveriam estudar a estabilidade do remédio nesse tipo de embalagem plástica; ao que retruquei alegando que eles já tinham esse tipo de embalagem em outros países, como por exemplo a Argentina. Diante da falta de outros argumentos e com o passar do tempo, eles voltaram a entregar o remédio às farmácias em pequenas quantidades. A Rádio Jovem Pan fez a chamada ponte de solidariedade, entre famílias que tinham o produto sobrando e aquelas desesperadas.
Outro comportamento pouco recomendável da Merck foi quando ela introduziu no mercado brasileiro o Cronomet. Ali começou a faltar do Sinemet, que passou a ser fabricado por uma outra empresa "brasileira" PRODOME, na qual ela, Merck, não tinha ingerência. Mostrei que aquilo era uma farsa, já que aquela nova empresa - da qual a própria Merck tinha participação acionária - estava instalada no prédio pertencente à Merck; o maquinário e o prédio haviam apenas sido locados: A Merck era a fornecedora exclusiva dos insumos: e por fim, a marca Sinemet pertencia com exclusividade à constelação universal da Merck.
O Cronomet foi lançado a um preço 50% mais caro que o Sinemet, e pelo que eu ouvia, a composição de ambos é a mesma, variando apenas o processo de aglomeração das partículas do Cronomet, o que lhe dava as características de liberação lenta,
Conseguimos contornar mais essa dificuldade em nosso caminho.
Ainda mais um: A Merck alegou que a falta de matérias primas para a fabricação do Sinemet era por que a CACEX (Carteira de Comércio Exterior) do Banco do Brasil não liberava as guias de importação. Em contato com aquele órgão público no Rio, onde fui a trabalho, fui informado que as guias não haviam sido retidas, mas pedido àquela Empresa que as futuras importações fossem feitas pelo preço cotado do mercado internacional, como era do seu conhecimento; a importação a preços superiores poderia representar uma remessa disfarçada de lucros. A Merck usou a quota - não para importar as matérias primas do remédio anti-parkinsoniano - mas produtos de uso veterinário!
Pelos fatos acima relatados, você poderá imaginar que essa falta simultânea do CRONOMET e do DUOPA tem algo de estranho...
Obrigado por me permitir fazer esse desabafo, que estava preso em minha garganta há tempo.
Vamos continuar em campanha visando a regularização dos produtos, a fim de aliviar o sofrimento de nosso irmãos, todos navegantes do mesmo barco.
Fico ao seu dispor
Um abraço
Samuel