O futuro da medicina personalizada tem como base a potencial conversão do código genético de um determinado indivíduo em informações de saúde relevantes para um determinado ambiente.
O gargalo ainda é o custo e a capacidade de sequenciamento do genoma pessoal. Desde o projeto genoma, a tecnologia de sequenciamento do DNA tem progredido de forma espantosa. Essa melhora tecnológica segue um padrão semelhante ao da evolução de telefones celulares e computadores, diminuindo os custos e melhorando a performance exponencialmente em períodos de mais ou menos dois anos.
Interessante notar que quanto mais indivíduos são inteiramente sequenciados, maior é a nossa percepção da variabilidade humana. Pequenas diferenças nos códigos genéticos, junto a fatores ambientais, podem contribuir de forma significativa na condição física e cognitiva, além da disposição para uma série de doenças.
Um belo exemplo dessa variação encontra-se na sequência de DNA da região reguladora de um gene envolvido com a digestão de produtos derivados do leite ou que contêm lactose. Todos, quando crianças, somos capazes de digerir leite (nossa fonte inicial de alimento). Porém, conforme crescemos, essa capacidade digestiva diminui, talvez como forma de inibir a amamentação por um período muito longo. A maioria passa por isso sem perceber. Algumas pessoas às vezes se queixam de incômodos intestinais e cólicas, sem nem imaginar a causa. Em contraste, outros mantêm a capacidade de digestão ao longo da vida. Existe uma explicação genética para essa variação.
Especula-se que a linhagem humana tenha derivado de indivíduos predominantemente carnívoros. Estudos recentes sugerem que uma antiga população de hominídeos no nordeste da África aprendeu como domesticar o gado e aproveitar o leite como alimento. Essa vantagem evolutiva acabou por selecionar indivíduos tolerantes à lactose que migraram para a Europa e daí para outras regiões do mundo.(...) segue
Fonte : G1 Espiral Dr.Alysson Muotori
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