JOÃO LOURENÇO DE ARAÚJO FABIANO
No mito de Ícaro, da Mitologia grega, Dédalo confecciona dois pares de asas - um para si e outro para Ícaro, seu filho - feitas de penas e cera para que possam fugir do labirinto onde foram aprisionados.
Ícaro fora advertido por seu pai para não voar tão rente ao sol, pois o calor derreteria a cera, nem tão rente ao mar, pois a umidade deixaria as asas mais pesadas levando-o a cair no mar.
O filho, no entanto, possivelmente inebriado pelas novas potencialidades fornecidas pelo seu novo aparato se aproximou demais do sol ocasionando o derretimento da cera e sua queda no mar.
Analogamente, este mito tem muito a nos dizer a respeito dos novos paradigmas advindosz da relação do homem no mundo com o advento da tecnologia, que evolui de forma cada vez mais rápida. Será que o homem está acompanhando este processo?
Em 1924, o filosofo inglês Bertrand Russell publicou o ensaio Ícaro, ou o futuro da ciência 1 em que analisava as consequências da Ciência de seu tempo realizando projeções para o futuro.
Nele se lê "Ícaro, que aprendeu a voar com seu pai Dédalo, foi destruído pela sua imprudência"2. Com o aumento crescente de suas potencialidades técnicas, o homem se vê, mais do que nunca, tendo de se confrontar com extensos dilemas morais sobre a aplicação dessas potencialidades.
As consequências desta aplicação podem ser desde a extinção da humanidade - cenário provável caso não seja feito um uso cuidadoso de novas tecnologias e dos recursos naturais - até um estado de existência extremamente mais feliz, humano e intenso que o atual.
Contudo, o impacto da concepção científica de mundo sobre o homem tem se mostrado inelutável e, relativamente ao futuro, as mudanças até o presente momento têm sido pequenas. (...) segue
Fonte : Portal Ciência&vida
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