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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PROTESTO-DESABAFO

As vezes ouço piadas estúpidas e hoje faço aqui um protresto-desabafo.

Para as pessoas que fazem piadas com doenças como alzheimer cancer, parkinson, e outras de igual seriedade:

- a piadinha pode parecer engraçada, mas pensem bem na gravidade destas enfermidades. 

Há piadas especialmente grosseiras e de mal gosto.

Não é nada engraçado esquecer onde colocou as coisas, ou nem lembrar o nome de quem está sentado ao seu lado assistindo tv. 

Não é nada engraçado vomitar 3 dias seguidos depois de uma sessão de quimioterapia.

Não é nada engraçado tremer e derrubar as coisas no chão ou simplesmente não conseguir fechar o zíper da calça ou abotoar a camisa que veste.

Digo isso com conhecimento de causa: sou artesã, convivo com parkinson há anos... as vezes não consigo colocar a linha na agulha para poder trabalhar... na verdade isso é triste, muito triste.

Essa dificuldade ou limitação faz parte da rotina de muitas pessoas, que como eu, andam na corda bamba tentando equilibrar-se nas adversidades diárias.

Dá sim para ser feliz mesmo carregando pedras, movendo montanhas, mas fica mais fácil quando temos nossa dignidade respeitada.

Apenas quem passa por isso avalia a dificuldade que é conviver com a incapacidade para executar tarefas tão simples e essenciais, como por exemplo levar uma colher à boca, pentear o cabelo...

Conviver com doenças como estas, é como matar um leão por dia. A gente acaba se adaptando às mudanças e reinventando um outro jeito de viver.

Eu até encaro um leão e penteio-lhe a juba, difícil é encarar as antas e hienas que aparecem pelo caminho.

Piadinhas maldosas... Não, nada disso é engraçado. É lamentável. Peço simplesmente que reflitam.

Abraços fraternos. *TT.

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