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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Diário de Pernambuco!

Uma doença cuja prevenção é impossível e que, a princípio, assusta, o Parkinson acomete cerca de 3,3% dos brasileiros com mais de 70 anos, média maior que a mundial - segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 a 3% da população acima de 65 anos têm a doença. Só em Pernambuco, são 5 mil de diagnósticos positivos. O mês passado foi de conscientização mundial para a doença, que ainda gera muitas dúvidas.

Você sabia, por exemplo, que os sintomas do parkinson vão além dos conhecidos tremores? E que a doença, apesar de ser mais comum em pessoas acima dos 50 anos, também pode acometer outras faixas etárias? Ou ainda que andar de bicicleta pode ajudar no tratamento? O Diario entrevistou Roberta Saba, médica neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para esclarecer oito dúvidas frequentes com relação ao Parkinson. Confira abaixo:

Todo portador de Parkinson possui os tremores? Eles aumentam de intensidade com o passar dos anos?

Nem todo paciente com doença de Parkinson tem tremor, mas caso esse seja um sintoma preponderante é preciso instituir tratamento adequado. A progressão é variável entre os pacientes, porém a combinação de medicamentos e tratamentos auxiliares como a fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional auxiliam a controlar esse sintoma.

Quais os sintomas além dos tremores?

Os pacientes apresentam lentidão dos movimentos, rigidez e instabilidade postural. Tais sintomas, no início, são sutis e predominam de um lado do corpo. Para o diagnóstico da doença de Parkinson não é necessário que exista tremor de repouso, mas sim, bradicinesia (lentidão dos movimentos). Há também outros indícios associados, que são chamados de sintomas não motores como: depressão, alteração do sono, diminuição do olfato e constipação intestinal.

Quais os principais tratamentos para o Parkinson?

Para tratar os sintomas motores como a rigidez, lentidão dos movimentos, tremor de repouso e instabilidade postural, é levado em consideração o grau de comprometimento da paciente, suas queixas e o estágio da doença em que ele se encontra. O tratamento medicamentoso é necessário para o controle dos sintomas motores e não motores (distúrbios do sono, constipação intestinal, depressão, ansiedade etc). Vários são os medicamentos que podem ser utilizados e escolha da droga e sua dose dependerá da fase da doença, gravidade dos sintomas e grau de dependência desses pacientes para realização das atividades diárias. Em alguns quadros, pode ser indicado pelo especialista o tratamento cirúrgico, mas essa ação deve ser analisada criteriosamente pelo médico.

Qual a importância da participação da família e dos cuidadores no tratamento?

Para o paciente é essencial o apoio da família, pois é difícil para o portador da doença enfrentar mudanças de hábitos e adequações das atividades rotineiras. O paciente vai precisar entender que após o diagnóstico do Parkinson, ele irá conviver com os sintomas da doença diariamente. A família, assim como o paciente, irá notar que haverá mudanças ao realizar tarefas simples do cotidiano, como tomar banho, se vestir e escovar os dentes que passam a ser realizadas com mais dificuldade e mais tempo. 
  
Existe cura para a doença?

Apesar dos avanços científicos na área, a doença ainda continua incurável, mas o paciente pode e deve seguir corretamente o tratamento para minimizar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.

Qual especialista procurar em caso de aparecimento dos sintomas de Parkinson?

O médico neurologista é o especialista indicado quando são percebidos os primeiros sintomas. Para que ele possa detectar o Parkinson, será analisada a história clínica do paciente e o exame neurológico.

Procurar tratamento no início dos sintomas significa melhores resultados?

Sim, com certeza. É fundamental que os principais sintomas sejam identificados e tratados adequadamente para melhor evolução dos pacientes e prevenção de complicações motoras decorrentes do uso crônico dos medicamentos antiparkinsonianos.

Que tipo de atividades são proibidas ao portador de Parkinson e quais aquelas que ajudam no tratamento?

Os esportes radicais não são indicados, mas qualquer tipo de exercício físico em conjunto com o tratamento fisioterápico proporcionará benefícios ao portador da doença de Parkinson. Eles ajudam a combater o sedentarismo, estimulam a execução de movimentos e melhoram o bem-estar do paciente. Essas atividades interferem positivamente com a parte psicológica e social dos pacientes, porque fazem com que mantenham o hábito de estar ativo e em convivência com outras pessoas. Além disso, os pacientes com doença de Parkinson, dependendo da fase da doença em que se encontram, podem praticar atividades como Tai Chi ou mesmo andar de bicicleta. Fazer fisioterapia durante toda a evolução da doença é essencial e deve ser composta por exercícios de alongamentos que ajudam na flexibilidade das articulações, associados a exercícios posturais, de equilíbrio e de respiração.

Saiba mais 

O que é o Parkinson? 

A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo médico inglês James Parkinson

É uma doença neurodegenerativa, progressiva, que acomete indivíduos ao redor dos 60 anos de idade. É caracterizada pela degeneração das células que produzem um neurotransmissor chamado dopamina, porém porque isso ocorre ainda não está esclarecido. 

Quais os principais sintomas?

Tremores
Lentidão de movimentos
Rigidez muscular
Desequilíbrio
Alterações na fala e na escrita

Famosos com Parkinson

Ator Michael Fox

Pintor Salvador Dalí

Cantor Johnny Cash

Ex-papa João Paulo II

Ator Robin Williams

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