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quarta-feira, 20 de março de 2013

O DNA lixo está de volta

Primeiro, ouvimos que a maioria do nosso DNA era lixo. Em seguida, não era. Agora, é de novo.
Ano passado, o site The Conversation publicou um artigo com o título “Human Genome 2.0: ENCODE project debunks ‘junk’ DNA” (em português, “Genoma Humano 2.0: projeto ENCODE desbanca o [termo] DNA ‘lixo’”).
ENCODE, neste caso, se refere a uma pesquisa internacional que se comprometeu a mapear o genoma em termos de características associadas com a regulação dos genes. Em setembro de 2012, o projeto publicou um mapa de quatro milhões de chaves encontradas no DNA “lixo”, e, portanto, declarou que 80% da sequência de DNA não era inútil e podia ter algum tipo de função bioquímica.
Mas uma coisa estranha sobre o artigo foi que – além do título e da primeira linha – raramente mencionou o DNA lixo. A declaração mais importante veio de um comentário perspicaz de Brendan Zietsch, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Queensland (Austrália), que apontou que o artigo conduzia ao erro por dizer que o projeto ENCODE havia desbancado o DNA lixo.
No mês passado, outro geneticista, Dan Graur da Universidade de Houston, Texas (EUA), e seus colegas publicaram um artigo na Genome Biology and Evolution que também rebateu as conclusões do projeto ENCODE sobre o DNA lixo.
Em suma, parece que o “elogio” ao DNA lixo publicado em setembro passado, juntamente com o artigo cativante de que o DNA não é só lixo, poderiam ganhar prêmios de “manchetes mais enganosas do ano”.

O que é DNA lixo?

Vírus e outras pequenas coisas que se reproduzem rapidamente e têm grandes populações têm genomas com muito pouco DNA lixo. Isso porque os vírus não podem se dar ao luxo de levar bagagem desnecessária.
Os genomas de bactérias, e de muitos – mas não todos os – fungos também são bastante compactos.
Já seres maiores, como os humanos, parecem ter acumulado mais DNA, e a um ritmo muito mais rápido do que conseguem descartar. Como só se reproduzem a cada 20 anos ou mais, essa carga extra não parece importar.
Pense no DNA como sendo dados de computador. Como seu telefone é pequeno, por exemplo, não pode armazenar tantos dados assim; mas, no caso de sua unidade de disco rígido, não há necessidade de apagar todos os e-mails ou cada cópia de cada documento que você escreve.
Isso levaria tempo demais e você não quer apagar algo importante sem querer, ou algo que você poderia precisar um dia. Aos poucos, as coisas se acumulam. Com isso, vírus de computador podem aparecer. Eles são inativados ou colocados em quarentena, mas cópias sem vida desses vírus se acumulam também.
Fonte : O DNA lixo está de volta

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