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domingo, 29 de março de 2009

Sexo e DP pode? Pode sim! [Parte II]


Voltando ao assunto a que me propus falar, percebo que aqui se abre uma lacuna. Fala-se com o médico sobre a alimentação, atividade física, prisão de ventre, problemas de fala, deglutição, tremores e rigidez, dores musculares, depressão, mas quase nunca se fala sobre a nossa sexualidade.

Por que? Por medo ou vergonha? Medo de que? Medo de falar sobre nossos desejos, nossos sentimentos? Somos adultos e temos direito a ter uma vida completa com nossos parceiros. Vergonha porque? A sexualidade faz parte da vida adulta, como faz parte à alimentação, a respiração: sexo é também da natureza humana, desde o Homo sapiens.

Século XXI: sexo ainda é um tema que causa inibição, e há muito que não deveria ser assim. Falava ainda esta semana com uma amiga sobre sexo na adolescência. Ela disse ter encontrado preservativos no quarto do filho de 17 anos e não sabia como falar sobre o assunto com ele. Como tenho filhos mais velhos ela veio pedir um aconselhamento. Parece que alguns pais não se sentem ainda à vontade para expor a questão aos seus filhos, porque também não tiveram essa orientação.

Falar sobre sexo na adolescência é algo delicado, tanto quanto na maturidade. Devemos abordar o assunto de modo claro e responsável. Se não sabemos como fazê-lo, um caminho seguro, penso eu, é procurar um profissional da saúde, um médico da família ou um profissional de nossa confiança. O médico está em seu consultório para atender seu paciente e orientá-lo da melhor forma possível, seja para orientar nossos filhos, netos, ou para nossa própria informação.

Percebo que a sexualidade para pessoas portadoras de deficiência física, na terceira idade, ou pessoas com problemas de saúde ainda é tida como coisa não muito apropriada. Mas é. Sexo não tem prazo de validade desde que haja consenso entre os parceiros, desde que tenham desejo e disponibilidade para explorar o próprio corpo.

Comentei no Chat que sexo não se faz com uma única parte de corpo, mas com o corpo inteiro, e vou além, faz-se também com a alma porque eu vinculo o sexo ao amor, ao carinho, à atenção. O sexo não começa propriamente na cama, mas pode ter início num olhar, num afago feito na face do parceiro [a], num sorriso que vem iluminado pelo desejo de ter a companhia um do outro.

"Uma vida sexual prazerosa traz uma série de benefícios à saúde mental, cardiovascular e até imunológica. Vive-se mais e com mais alegria. [...] A qualidade da vida sexual é um termômetro de bem-estar. Tanto que se tornou uma das medidas de qualidade de vida de uma pessoa, segundo a Organização Mundial de Saúde”.[John P. Mulhall]
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A Disfunção erétil é uma questão a ser discutida. Encontrei num site a seguinte afirmação: “A DP em si pode causar disfunção sexual, normalmente uma incapacidade para manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória”. Fiquei perplexa ao ler isso. Afinal qual é o conceito de “sexo satisfatório?” O que pode ser satisfatório na minha opinião pode não ser satisfatório para outras pessoas e vice-versa. Quem pode descrever o que é ou deixa de ser satisfatório é o próprio casal. Mas a questão tem dois lados, o masculino e o feminino: se por um lado há problemas com ereção, por outro lado também pode haver problemas com dores no momento da relação. Há alterações físicas e fisiológicas que podem comprometer a sexualidade. Há alguns tratamentos que amenizam ou eliminam o problema. A orientação médica é sempre bem vinda e na minha opinião é sempre o caminho mais adequado.

Agora faço aqui um questionamento: -se não há penetração, acabou-se a vida sexual? Certamente que não! Há muitas outras formas de obter prazer. Se estamos passando por transformações físicas ou fisiológicas, igualmente nossa mente terá que passar por algumas transformações. Se o conceito de “sexo satisfatório” for apenas de “ereção/penetrtação/orgasmo”, certamente haverá uma perda imensa de outras sensações igualmente ou até mais prazerosas. Se a mente pensa que a única forma de sexo é esta, então todo o resto é desnecessário. Não creio que devemos direcionar todas as nossas energias para o orgasmo e sim para as muitas outras sensações! E eu recuso-me a pensar que uma relação sexual se limita a dez ou doze segundos de orgasmo.

[continua 3a. feira]

EM SALVADOR 1º ENCONTRO DO GRUPARKINSON BAHIA

Como parte das comemorações pelo Dia Nacional do Parkinsoniano – celebrado em 11 de abril – ocorre no próximo dia 6/4, às 14h, no auditório do CREASI (Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso), na Avenida ACM, o I Encontro do Gruparkinson Bahia.

O evento, que possui entrada franca, tem por objetivo informar à população sobre a Doença de Parkinson, especialmente os portadores, familiares e cuidadores – aqueles que convivem diariamente com a doença.

O encontro também marcará a apresentação oficial do Gruparkinson Bahia, que tem a finalidade de reunir, em todo o estado, pessoas envolvidas com o Parkinson e fornecer informações sobre pesquisas, tratamentos, além de orientação sobre os direitos do portador.

Maiores informações: Genário Couto (71) 8131 6956 – presidente do Gruparkinson

ou gruparkinsonba@gmail.com

Fonte : Folha Salvador