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sábado, 18 de dezembro de 2010

Empenho no tratamento da DP (depoimento)

No início de meu tratamento eu me consultei com 4 neurologistas clínicos e um neuro cirurgião que lecionou na USP nos seus dez primeiros anos depois de formado, justamente sobre doenças neurológicas degenerativas, com ênfase na DP. Nos primeiros 4 anos o tratamento era unicamente medicamentoso e a doença rapidamente se agravou.

Tudo se baseava no aumento da dosagem da medicação conforme os tremores e a rigidez aumentava. Nada além disso, sem nenhuma outra informação.

Passei a pesquisar, ler tudo que eu podia sobre a DP, pois dos médicos eu não tinha outra resposta, que não fosse “doença progressiva e degenerativa”.

Tive problemas nos rins, retenção de líquido, pernas inchadas [os tornozelos já tinham a mesma medida das coxas e eu andava com muita dificuldade]. Depois veio taquicardia, compulsão [TOC], depressão, falta de apetite, apatia, insônia, cansaço, e sensação de peso nas pernas, constipação intestinal, micrografia, andar arrastado, perda de equilíbrio [pendendo para o lado esquerdo], por conta da má postura tive um desvio de coluna, problemas dentários pela dificuldade de escovação e uso do fio dental.

Em 2006 tomei a decisão de buscar outra alternativa. Tive sorte na escolha.

Troquei o tratamento com o neuro e comecei a consultar um médico ortomolecular, que mudou toda medicação e iniciei uma série de outros cuidados.

Exercícios físicos, dieta elaborada, exercicios de respiração, fono e facial, aumentei a ingestão de líquidos, frutas, legumes e carne branca. Cortei de vez todo tipo de bebida com teor alcólico.

Em 3 meses a melhora foi visivelmente espantosa. A medicação foi reduzida, meu corpo voltou ao normal, sem inchaços, as palpitações cessaram e o sono já era muito tranquilo.

Antes da DP eu dormia de 5 a 6 h por noite, que eram suficientes. Hoje necessito 8 h de sono. Ao acordar gasto as primeiras 4 hs do dia para meus cuidados com alongamentos, preparação das refeições do dia, auto-massagem, exercícos faciais etc... Sobram 12 h para eu trabalhar, cuidar da casa, passear, ler, viver enfim...

Todo conhecimento e toda alternativa é válida de ser pensada, repensada e muito bem avaliada.

A DP não pode ser tratada simplesmente como mal neurológico, pois afeta outros itens da saúde, como dentição, diminuição da voz, equilíbrio, considerando-se ainda alguns efeitos colaterais dos medicamentos.

Se não houver disposição do portador de DP em se cuidar, tudo fica mais difícil.

Como posso buscar tratamento se não aceito a doença?

O primeiro passo é aceitar a DP não como peso, castigo, ou como um atestado de óbito em vida, mas como um problema ao qual devemos nos adaptar. Eu costumo comparar a DP a um “vizinho chato” que faz barulho e incomoda. Não podemos nos livrar dele porque ele mora ali ao lado... então nada a fazer a não ser conviver com ele de modo mais pacífico possível.

Quando iniciei novo tratamento minha medicação foi alterada. A retenção de líquidos foi diminuindo e o inchaço desapareceu com o tempo. Quando eu já podia andar fui aconselhada a iniciar alguma atividade física, por sugestão do médico fui fazer natação, que é um exercício completo, onde o corpo todo é envolvido sem impacto e também é exigida uma boa respiração, melhorando postura e equilíbrio.

No início eu aceitei, mas o que ocorre é que eu nunca gostei de piscina e a partir da 5ª. aula eu comecei a ficar irritada. Então procurei outras alternativas. Por algum tempo fiz tai-chi, que eu adorei, [estimula a circulação, constrói os músculos e mobiliza o sistema imunológico], depois tentei dança do vetre, também muito divertido [aumenta e ativa a circulação sanguínea; trabalha as articulações, melhorando seu condicionamento; proporciona a reeducação postural; aumenta a flexibilidade e resistência física], fiz também aulas de Pilates e alongamentos, [Estimula a circulação, melhora o condicionamento físico geral, a flexibilidade, a amplitude muscular e o alinhamento postural adequado].

Optei depois pelos alongamentos diários [melhora a postura, ativa a circulação; reduz a ansiedade, estresse e a fadiga, melhora a atenção; auxilia no desenvolvimento da consciência corporal, melhorando a postura] e musculação de baixa carga em dias alternados, [uma grande vantagem é poder treinar cada grupo muscular separadamente conforme a necessidade. Assim, é intensamente utilizado como forma de reabilitação]. Nos finais de semana isento meu corpo de atividades prolongadas e faço apenas 30 minutos de caminhada, [melhora a circulação e a atividade do coração, além da diminuir os riscos de problemas cardíacos].

O exercicio físico só fará bem se feito com prazer, por isso testei alguns tipos de atividade física, até encontrar algo em que eu me sentisse bem.

A atividade física diária proporcionou melhora das condições do sono, acabou com a apatia, sensação de cansaço e peso nas pernas.

Contra constipação intestinal mudei a dieta.

Para tentar minimizar o problema da micrografia escrevo as tarefas do dia, lista de mercado, e outras anotações diárias em caderno de caligrafia, faço exercícios também com a mão esquerda, apesar de ser destra. Exercito também as mãos no piano como exercício de fisioterapia.

Para evitar problemas de fala fiz durante 6 meses aula de canto, onde apredi alguns exercícios de respiração e fono que repito todos os dias, enquanto cozinho, ou no banho. Esses exercícios também ajudam a minimizar problemas com a disfagia.

Com dificuldade de movimentos e rigidez nas mão as vezes, fica difícil a escovação adequada dos dentes e o uso do fio dental. Assim comecei a fazer uso de uma escova eletrica, à pilha e outra com jato d’água, para limpar entre os dentes.

A auto-massagem antes de dormir, alivia tensões musculares, relaxa e me ajuda a dormir melhor. Faço também alguns exercícios faciais para manter a expressão do rosto.

Nos primeiros quatro anos de tratamento tudo foi bem mais difícil. Depois de 2006, com a mudança de hábitos, dieta e nova rotina diária a rigidez e os tremores diminuiram bastante. Tornei-me independente, voltei a ter uma vida normal, com algumas limitações físicas.

Há sim dias em que me sinto mais lenta. Há sim dias em que as limitações físicas parecem aumentar. Há sim momentos em que as atividades rotineiras  são feitas com maior dificuldade. Mas o importante é fazer... continuar, não desistir!

Pela manhã anoto tudo que desejo fazer, planejo minhas atividades e horários. É verdade que as vezes não cumpro a lista completa, como eu gostaria. Tarefas que ficam para o dia seguinte.. mas isso não me tira o estímulo. Isso me conforta... Eu saber que tenho a possibilidade do dia seguinte.

Isso tudo me faz crer que quanto mais empenho tivermos nos cuidados com nossa saúde mental, física, mais estaremos evitando e/ou retardando a progressão da doença.

Mas alerto para falsas promessas de tratamentos milagrosos. Toda mudança deve ser bem avaliada juntamente com um profissional competente. É importante também que ingestão dos medicamentos sigam um horário fixo.

Espero ter ajudado de alguma forma. Abraços sempre calorosos, *TT.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Informação...


UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA INAUGURA NOVOS LABORATÓRIOS

A Universidade Estadual da Paraíba inaugurou, na manhã desta segunda-feira (22), nas dependências do Departamento de Fisioterapia, situado no bairro de Bodocongó, em Campina Grande, dois laboratórios, sendo um destinado à pesquisa e outro de caráter multifuncional.

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Fonte:
ClickPB


DANÇA PODE PREVENIR E AUXILIAR NO TRATAMENTO DE DOENÇAS FÍSICAS E PSICOLÓGICAS

Movimentar o corpo ao som de uma música não é prerrogativa dos jovens, nem dos bailarinos profissionais.

Movimentar o corpo ao som de uma música não é prerrogativa dos jovens, nem dos bailarinos profissionais. Cada corpo possui sua própria dança. E os gestos e ritmos cardíaco e biológico são um exemplo disso. Quando esses movimentos são orientados por meio de uma técnica denominada Dança Movimento Terapia (DMT), eles promovem a integração física, emocional, cognitiva e social, e ainda podem auxiliar no tratamento e prevenção da ansiedade, fibromialgia, depressão, estresse, distúrbios alimentares, mal de Parkinson e até câncer. Entre os idosos, ela também aprimora as funções físicas e cognitivas.


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Fonte: Expresso MT, a notícia em primeira mão


FISIOTERAPIA DA UNIVIÇOSA ESTUDA MAL DE PARKINSON

Os sintomas do Parkinson variam de pessoa para pessoa e têm início de modo quase imperceptível, progredindo lentamente. O sintoma mais conhecido é o tremor nas mãos, quando estas estão em repouso. Em geral, quando a pessoa inicia um movimento, o tremor desaparece. Podem ocorrer tremores também nos pés, queixo e mandíbula. O simples ato de segurar objetos ou ler jornais pode ser uma atividade árdua. Outros sintomas são cansaço ou mal-estar no fim do dia, rigidez muscular, lentidão de movimentos, alteração de postura e distúrbios do equilíbrio. A rigidez dos músculos da face pode ocasionar inexpressividade do rosto, que fica sem vida, além de alterações na fala.

[Saiba mais...]

Fonte: FACISA Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde - UNIVIÇOSA União de Ensino Superior de Viçosa


PESQUISA FEITA NA USP INDICA QUE O MAL DE PARKINSON PODE NÃO SE INICIAR NO CÉREBRO

Causas do Mal de Parkinson

As causas da doença de Parkinson ainda não são completamente conhecidas. Sabe-se que essa desordem degenerativa é caracterizada pela disfunção dos neurônios secretores do hormônio dopamina.

A desregulação desse mediador químico, importante para a atividade normal do cérebro, afeta regiões cerebrais responsáveis pelo controle muscular, provocando tremores, rigidez nos músculos e diminuição de mobilidade.

Novos estudos têm indicado também a associação da doença com problemas no coração, como se viu no 18th WFN World Congress on Parkinson's Disease and Related Disorders, realizado em Miami, nos Estados Unidos, em dezembro último.

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Fonte: Diário da Saúde

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Novidades no tratamento do mal de Parkinson serão apresentadas na Rio Neuro 2010

Andrew Lees [University College London]

O Mal de Parkinson, doença degenerativa que atinge 1% da população mundial e cerca de 200 mil pessoas no Brasil, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, será assunto de uma das mais aguardadas conferências do 24º Congresso Brasileiro de Neurologia. Um dos principais especialistas do assunto no mundo, o neurologista britânico Andrew Lees apresenta pela primeira vez no país a palestra “Brainwashed by the Black Stuff”, que lhe rendeu o prêmio Lord Brain Memorial Medal, graças às suas colaborações científicas na área da neurologia. Em sua apresentação, o pesquisador vai abordar novas formas de tratamento para o mal e aspectos ainda pouco conhecidos da doença, além de dividir com o público a experiência adquirida durante sua carreira clínica.

A palestra “Brainwashed by the Black Stuff” é assim denominada devido ao jogo de palavras com o nome do mais significativo neurologista inglês dos anos 1940-1960, Russell Brain, e a substância nigra (negra, em latim), região do mesencéfalo severamente danificada pela doença de Parkinson. Sem atingir um grupo específico de pessoas, mas com os sintomas aparecendo principalmente nos maiores de 50 anos, o mal provoca a degeneração progressiva de células dessa área, que controla os movimentos e o equilíbrio. Com isso, surgem sintomas como rigidez muscular, lentidão dos movimentos e tremores, principalmente nas extremidades dos membros, com efeitos devastadores na qualidade de vida de quem sofre com o problema.

“O presidente da Academia Brasileira de Neurologia me convidou para repetir no Rio de Janeiro a palestra que apresentei no Royal London Hospital em junho deste ano. Nela, apresento métodos que usei para tentar achar a causa e a cura da doença de Parkinson durante a minha carreira, e aproveito para discutir com os outros especialistas novas possibilidades de tratamento para a doença”, explica o Dr. Andrew Lees, que foi eleito membro estrangeiro da Academia de Medicina Brasileira.

Os tratamentos a que o especialista se refere abrangem desde métodos mais tradicionais e seus efeitos, como as vantagens e desvantagens da reposição de dopamina, até o futuro de terapias ainda controversas e polêmicas, como as terapias celulares à base de células-tronco. “Vou falar também sobre tratamentos ainda em fase experimental, mas com grande probabilidade de dar certo, como o uso da erva chinesa Cogane e do veneno do lagarto monstro-de-gila como potenciais agentes neuroprotetores”, diz o pesquisador. Ele lembra que vai enfatizar, ainda, a importância do tratamento à base de apomorfina, que apesar de muito tradicional no exterior, ainda se encontra indisponível no Brasil por inexplicáveis razões políticas.

Além das formas de tratamento, serão discutidos também aspectos que envolvem o surgimento e a progressão do mal, como a hipótese de existir um evento aleatório que desencadeie o processo da doença em indivíduos geneticamente suscetíveis e estudos que sugerem que o seu desenvolvimento pode começar no mesencéfalo cerca de seis anos antes de os primeiros sintomas motores se tornarem detectáveis. E ao final do evento, serão estudados casos significativos do mal de Parkinson, como o do ex-jogador de futebol inglês Ray Kennnedy, que desenvolveu a doença aos 30 anos de idade, no auge de sua carreira no esporte.

Fonte: Médicos Bem Viver

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE22]

Com este capítulo, encerro hoje esta série. *TT


AJUDA ESPECIALIZADA

Diversas entidades mantêm grupos de apoio a portadores de determinadas doenças e a seus familiares — que muitas vezes se tornam cuidadores. A Associação Brasileira de Alzheimer — ABRAZ (www.abraz.com.br) — tem um manual de orientações ao cuidador. Já a Associação Brasileira do Câncer (www.abcancer.org.br) mantém em seu site o Espaço do Cuidador, com uma série de dicas. Governos, entidades e instituições de ensino oferecem cursos específicos para cuidadores de idosos, como a prefeitura do Rio de Janeiro e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O da prefeitura carioca, implantado em 2001, conta com professores voluntários, médicos e advogados. A maioria dos alunos é formada por profissionais da área, mas muitos familiares também procuram o curso.

O Ministério da Saúde vem fazendo repasses de verbas a Estados e municípios, para a implementação desses cursos, e também elaborou O Guia do Cuidador, que pofde ser baixado da internet. Uma outra fonte de pesquisa e troca de informações é o site de relacionamentos Orkut, onde há diversas comunidades sobre o assunto, e ainda vale lembrar dos inúmeros blogs mantidos por portadores de DP, cuidadores ou familiares, que buscam a troca de informações, ajuda mútua, contando experiências e buscando aquele ombro amigo que a grande maioria dos cuidadores não tem.

Temos ainda os chats de segundas e quintas-feiras onde se pode trocar informações, para saber mais acesse o blog da ABP: http://associaobrasilparkinson.blogspot.com/

FONTE: Revista Viva Saúde



Cuidar, cuidado, cuidador.

Quem cuida demostra interesse, dedicação, carinho, empenha-se em ser solícito, oferece assistência, é zeloso, é presente, ocupa-se do bem-estar do outro. “Cuidar” não é apenas um verbo que deveria ser mais frequentemente conjugado, mas praticado com maior assiduidade e devoção.


Tenho ouvido e lido muito a palavra “cuidador” e por isso estou dispensado muito mais atenção ao verbo “cuidar”.

Cuidar do outro remete a um processo de aprimoramento de si mesmo, pois creio que somente podemos zelar pelo bem-estar de outra pessoa, quando somos zelosos do nosso próprio bem estar. Como manter viva a força de alguém que nos é próximo, se estamos fracos e não somos capazes de manter nosso próprio equilibrio? Quando cuidamos de nós mesmos, estamos mas aptos a cuidar dos outros.

Mas não me refiro somente a cuidados com a saúde. Penso em algo mais completo, mais intenso. Nossos cuidados devem ser estendidos em vários outros aspectos de nossa vida: conhecimento mais amplo de nossa profissão, de sua cultura geral, com nosso comportamento, ética e comprometimento com nosso desenvolvimento pessoal.

Quando nos aperfeiçoamos, também aperfeiçoamos as relações humanas. Acredito que quando crescemos, aqueles que estão a nossa volta crescem também. As pessoas apreciam e necessitam de atenção. Quem cuida do outro com disposição inspira maior respeito, adimiração e confiança, e consequência disso é a convivência mais tranquila, mais segura, com maior serenidade.

É muito gratificante saber que podemos contar com uma pessoa ao nosso lado, um companheiro ou uma companheira, que nos faz sentir especiais, queridos e amados, que confere a nós preferência, e prioriza nossos sentimentos.

Agora, falando, mais enfaticamente daqueles que cuidam da saúde e bem-estar de um amigo, parente, companheiro doente, ou que apresente algum tipo de limitação ou necessidade especial, o chamado “cuidador”, a este deixo aqui registrado minha adimiração.

Poder contar com o apoio da família, cuidadores e amigos é essencial para manter a segurança, conforto, estabilidade emocional necessária para enfrentar uma doença. Admiro e respeito os familiares e amigos que não isolam os doentes e cuidam do bem-estar deles com carinho, porque com certeza não é tarefa simples.

Ser um “cuidador” é muito mais que um dever, ou uma obrigação, é sem dúvida uma missão que envolve um sentimento imenso de doação e benevolência. Na verdade ser um “cuidador” é um apostolado. Quem ama, cuida!

Abraços fraternos, *TT.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE21]

A presença de cuidadores familiares nas instituições: uma questão de dignidade humana

Uma reflexão sobre o acompanhamento de cuidadores familiares, seja no processo de recuperação do enfermo seja como medida capaz de produzir conforto psicológico nos casos de pacientes terminais é de grande importância.

Aqui são apresentados alguns trechos de matéria elaborada por equipe multidisciplinar, publicada há alguns anos pelo jornal Zero Hora no caderno Vida. Descrevendo dificuldades enfrentadas pelos cuidadores familiares, o artigo salientava aspectos importantes que decorrem desse tipo de tarefa:

“Assumir a responsabilidade sobre a saúde e o bem-estar de uma pessoa doente é uma tarefa difícil. Os chamados cuidadores devem se preparar para a atividade, estar atentos às próprias limitações e buscar ajuda quando se sentirem sobrecarregados”. – [Anjos da guarda. Zero Hora 2004 Jul 24;(664); Caderno Vida.]

Também é importante lembrar que a carga a que são expostos os cuidadores deve ser compartilhada para evitar o aparecimento de enfermidades psíquicas e físicas. Como ninguém está devidamente preparado para enfrentar o desafio de cuidar, é comum que tal situação gere estresse , que poucos conseguem aguentar por longo tempo, sozinhos.

Mesmo que as tarefas dos cuidadores familiares sejam realizadas apenas temporariamente, ser responsável por uma pessoa que necessita de ajuda para executar ações tão simples como se alimentar e locomover os expõem, muitas vezes, a um desgaste físico e emocional que pode levar ao adoecimento. A mudança na vida de quem precisa dedicar boa parte do seu tempo ao cuidado de outrem gera cansaço, sentimentos contraditórios e uma carga de estresse que precisa, e deve, ser compartilhada com outros membros da família.

“Familiares devem se dividir no compromisso para não sobrecarregar uma pessoa, o que prejudicaria o tratamento”. [Camargo L. - A carga a que são expostos os cuidadores deve ser compartilhada para evitar o aparecimento de enfermidades psíquicas e físicas. Zero Hora 2004 jul 24;(664); Caderno Vida.]

Buscando facilitar a identificação do limite de cada um, é essencial estar atento aos sinais que podem indicar se o cuidador está se sentindo sobrecarregado: irritação; queixas frequentes; inflexibilidade na hora de tomar decisões ou realizar tarefas que precisam ser feitas; brigas constantes com membros da família ou com a pessoa cuidada; controle excessivo (centraliza tudo e não aceita dividir as tarefas com outros membros da família ou com cuidadores externos); redução do círculo social (sai menos; os amigos se afastam); problemas no trabalho (demissão; brigas com o chefe ou colegas); tristeza; choro frequente; alterações no apetite; desinteresse em manter atividades das quais gostava.

A sobrecarga física e psíquica que pode envolver a realização das tarefas diárias dos cuidadores familiares são tema do artigo E quem cuida dos cuidadores?, de Scliar, que discute o assunto a partir de uma vivência sua, como médico recém-formado. Relata que certo dia encontrou uma senhora tentando amparar seu marido que, sem forças, precisava ir ao banheiro. Angustiada, essa senhora o olhou e disse uma única frase: Não agüento mais!. O impacto dessa sentença em Scliar parece ter sido profundo, pois o levou à seguinte reflexão:

“Me dei conta da sobre-humana dimensão de sua tarefa. Se ela não aguentava mais, ninguém aguentaria. E é uma situação não raro enfrentada por todos aqueles a quem o destino, em algum momento, coloca na condição de cuidadores". [Scliar M. Quem cuida dos cuidadores? - Zero Hora 2004 Jul;24(664):Caderno Vida.]

Para tornar ainda mais clara sua afirmação, o autor pede ao leitor que se coloque no lugar de uma mulher cujo marido tem a doença de Parkinson:

“É de manhã e ali estamos à volta com vários problemas: o cheiro de suor que impregnou nossa roupa, o vizinho que não aparece para nos substituir por um momento e, pior de tudo, o homem que olha e que, depois de tantos anos, não nos conhece. Se é difícil imaginar essa situação, é muito pior vivê-la." [Scliar M. Quem cuida dos cuidadores? - Zero Hora 2004 Jul;24(664):Caderno Vida.]

Considerando que assumir a função de cuidador é uma situação que afeta muitas pessoas, Scliar tece algumas recomendações, resultantes, sobretudo, de bom-senso:

1) Informe-se sobre a doença ou invalidez da pessoa de quem você deve cuidar: médicos, livros, sites e jornais podem ajudar;

2) Descubra onde buscar ajuda - e a peça;

3) Junte-se a um grupo de pessoas que partilham o mesmo problema. Se esse grupo ainda não existe, forme-o;

4) Obtenha momentos de descanso: você tem direito a eles. Evite ressentimentos em relação à pessoa de quem você cuida. Procure, sim, lembrar os bons momentos - que, assim como os maus, também fazem parte da vida.


Além desses quatro tópicos, outras providências também podem ser tomadas por aqueles que se propõem a ajudar os cuidadores a suportar o peso de suas tarefas:

1. Cuidadores, em geral, têm dificuldade em solicitar ajuda. Ofereça a sua e cumpra o que foi estabelecido;

2. Se houver abertura, sugira que procure ajuda psicológica;

3. Trate o cuidador com respeito e tente se colocar no lugar dele;

4. Tente compreender e respeitar as razões do cuidador, mesmo que ache que isso tem um custo muito alto para ele;

5. Evite se limitar a perguntar o que posso fazer por você? Depois de escutar, faça o que sente ou crê que deva fazer;

6. Mostre interesse pelo cuidador, estimulando-o a compartilhar sentimentos, mas esteja preparado para ouvir;

7. Estimule o cuidador a ter um tempo livre para o lazer.

Considerações Finais
Para concluir esta série acerca da importância do cuidado propiciado pelos cuidadores familiares (e também sobre a importância de cuidar daqueles que desempenham essas tarefas), é fundamental permitir o acesso dos cuidadores familiares junto a seus entes queridos, para uma atenção - de fato - humanizada, que abra espaço para outras iniciativas, voltadas ao bem-estar dos próprios cuidadores. Esse processo, que deve ser encampado por todas as instituições de saúde, estendendo-se do leigo ao profissional, é fundamental para que a saúde seja, cada vez mais, percebida não apenas como ausência de doença, mas como qualidade de vida.
Fonte: Revista de Bioética e Ética Médica publicada pelo Conselho Federal de Medicina

Fonte:
Revista de Bioética e Ética Médica,
publicada pelo Conselho Federal de Medicina

domingo, 18 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE20]

PORQUE O PROFISSIONAL [OU CUIDADOR] PRECISA SE CUIDAR?

A história do cuidado humano, o foco da atenção sempre foi mais voltado para o cuidado do outro, o ser doente, mas nunca o cuidado ao cuidador. Quem garante a ele, em suas tarefas, o alívio do sofrimento e manutenção da dignidade em meio às experiências de vida e de morte?
Vale lembrar que o ser humano não foi “configurado”, como uma máquina, podendo despir-se de suas vontades e necessidades.

A característica de um cuidador vai muito além de um conjunto de conhecimentos técnico-científicos. É preciso, por exemplo, que este saiba com maestria, lidar equilibradamente com a razão e a emoção, que tenha habilidades e atitudes que lhe confira confiança de quem está sendo cuidado.

As pessoas que cuidam, sejam elas profissionais ou familiares, acabam por sofrer um grande desgaste emocional, porém passam a idéia de que cuidam também de si mesmas. Ocorre que cuidar e ser cuidado envolve relação de gente com gente.

Sentir-se amparado por alguém é uma necessidade também do profissional, amigo ou familiar que cuida.

Ninguém pode dar ao outro o que não tem. Somente é possível promover o bem-estar do outro quando não esquecermos do nosso próprio bem-estar.

Fonte:
Revista Eletrônica de Enfermagem - Vol. 06, Num. 02, 2004 -
Fac. de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás/GO, Brasil



10 CONSELHOS PARA QUEM CUIDA DE UM FAMILIAR COM DOENÇA CRÔNICA, IDADE AVANÇADA OU INCAPACITADO.

1. Permita a si mesmo pausas freqüentes. Cuidar da saúde de um familiar é um trabalho difícil e você merece um descanso.

2. Atenção aos sintomas de depressão. Não demore a buscar ajuda profissional quando necessitar.

3. Aceite quando alguém oferecer ajuda. Sugira objetivamente o que pode ser realizado.

4. Aprenda sobre a condição da pessoa querida e como conversar de forma efetiva com os médicos.

5. Utilize a tecnologia e idéias que promovam a independência do familiar que você cuida. Existem diferenças entre cuidar e fazer.

6. Confie em seus instintos pois, na maioria das vezes, o levarão ao caminho correto.

7. Cuidado com a sua coluna. Os cuidadores freqüentemente realizam atividades que exigem esforço, como empurrar, puxar e levantar.

8. Lamente as suas perdas, mas não deixe de lado os novos sonhos e esperanças.

9. Faça valer os seus direitos como cuidador e cidadão.

10. Busque apoio de outros cuidadores. Além de retirar a impressão de que está só, você pode aprender muito.

Fonte: Blog Esclerose Múltipla in Qualidade de vida.

sábado, 17 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE19]

Revista Eletrônica de Enfermagem
Vol. 06, Num. 02, 2004 - ISSN 1518-1944
Fac. de Enfermagem da Univ. Federal de Goiás/GO - Brasil


CUIDANDO DO CUIDADOR

“Um profissional de saúde é uma pessoa que sofreu profundas modificações como resultado de treinamento especializado, do conhecimento e da experiência; são pessoas diariamente expostas à dor, à doença e à morte, para quem essas experiências não são mais conceitos abstratos, mas sim, realidades comuns. De muitas maneiras, é como estar sentado na poltrona da primeira fila no teatro da vida, uma oportunidade inigualável para adquirir um profundo conhecimento e maior compreensão da natureza humana”. [RACHEL NAOMI REMEN]

CUIDADO: CONCEITOS E SIGNIFICADO
O verbo cuidar em português denota atenção, cautela, desvelo, zelo. Assume ainda características de sinônimo de palavras como imaginar, meditar, empregar atenção ou prevenir-se. Porém representa mais que um momento de atenção. É na realidade uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o ser cuidado (REMEN, 1993; BOFF, 1999; WALDOW, 1998; SILVA et al., 2001).

Como uma atitude e característica primeira do ser humano, o cuidado revela a natureza humana e a maneira mais concreta de ser humano. Sem o cuidado, o homem deixa de ser humano desestrutura-se, definha, perde o sentido e morre. Se ao longo da vida não fizer com cuidado tudo o que empreender, acaba por prejudicar a si mesmo e por destruir o que estiver a sua volta (BOFF, 1999).

Segundo o mesmo autor o cuidado apenas aparece quando a existência de alguém adquire significado para nós. Nesse sentido, passamos a cuidar, participar do destino do outro, de suas buscas, sofrimentos e sucessos.

O cuidado por sua própria natureza possui dois significados que se inter-relacionam, por ser uma atitude de atenção e solicitude para com o outro, ao mesmo tempo em que representa preocupação e inquietação, pois o cuidador se sente envolvido afetivamente e ligado ao outro.

A Enfermagem moderna é por essência, desde o seu nascimento, expressa através do cuidado para a garantia do alívio do sofrimento e manutenção da dignidade em meio às experiências de saúde, doença, vida e morte. Convém lembrarmos que o cuidado humano dispensado pelo enfermeiro deve atingir, além dos clientes e seus familiares, a sua equipe de modo a garantir melhor relacionamento, interdependência, coesão e competência (WALDOW, 1998).

O ato de zelar por alguém só existe quando é sentido, vivido, experienciado. Isto envolve respeitar ao outro e a si mesmo como ser humano e também como profissional (WALDOW, 1998). Diante dessa verdade, para que a atmosfera de cuidado ocorra de forma verdadeira e acolhedora, é mister que a intenção do cuidador fique clara, ou melhor, seja demonstrada genuinamente por palavras e ações. Esta ação é repleta de sensibilidade delicadeza, solidariedade e profissionalismo, pois, deve excluir preconceitos de qualquer ordem e utilizar a relação interpessoal como base entre seres humanos.

Para nos envolvermos dessa maneira é necessário um preparo emocional do profissional que irá, consequentemente, se expor e se colocar como ferramenta de trabalho. Outro aspecto fundamental nesse processo é a disponibilidade do enfermeiro para entender e lidar com a “pessoa inteira”, uma vez que para isso ele se coloca diante da sua própria existência (ESPERIDIÃO & MUNARI, 2000; ESPERIDIÃO et al., 2002; SHIRATORI et al., 2003).

Vale ressaltar ainda que o processo de cuidar não deve se pautar somente na identificação dos sinais e sintomas clínicos da doença, mas nas modificações que ocorrem na estrutura dos seres humanos as quais abalam a sua totalidade (CECCATO & VAN DER SAND, 2001).

A compreensão desses aspectos é fundamental para o reconhecimento do conceito e do significado de cuidar para o profissional de saúde, pois “a tarefa de cuidar é um dever humano. Cuidamos porque queremos ser mais felizes, plenos e para alcançarmos a felicidade é fundamental que cuidemos bem de nós mesmos e dos outros. A condição humana é tão frágil como efêmera, requer equilíbrio e constantes cuidados pessoais, sociais e ambientais” (MARTINS, 2003).

Fonte: Fac. de Enfermagem da Univ. Federal de Goiás/GO - Brasil

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE18]


Quem cuida precisa de cuidados

A maioria das pessoas que se dedica integralmente a um familiar doente acaba se esquecendo da própria saúde. Mas é preciso (e possível) investir no bem-estar físico e emocional destes cuidadores [POR EULINA OLIVEIRA]

Eles passam boa parte do seu tempo se dedicando a outras pessoas que, sem a ajuda deles, não conseguiriam atender às próprias necessidades básicas, como comer, trocar de roupa, tomar remédios e fazer a higiene pessoal. De tão dedicados, esquecem-se da própria saúde e sofrem desgastes físicos e emocionais. São os chamados cuidadores, que podem ser formais (profissionais remunerados) e informais (geralmente um parente da pessoa a ser cuidada). São estes últimos, aliás, os sujeitos às maiores cargas de estresse, especialmente por causa do vínculo afetivo com o paciente.

“Há cuidadores homens, que em geral são maridos e voluntários, e até mesmo crianças. Mas, em sua grande maioria, os cuidadores informais são mulheres, principalmente esposas e filhas de pacientes com doenças que causam algum grau de dependência em suas atividades diárias”, afirma o geriatra Ciro Augusto Floriani, professor da Faculdade de Medicina do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), de Teresópolis (RJ).

Uma característica freqüente é que esses indivíduos quase sempre desempenham sozinhos esta função. Muitos têm de abrir mão do emprego e da própria vida pessoal para se dedicar 24 horas à pessoa que depende totalmente de seus cuidados, e acabam ficando sobrecarregados.

Os problemas mais comuns são os relacionados à exaustão física, emocional, social, financeira, material e existencial”, destaca Floriani. E ele alerta. “Já existem estudos consistentes que mostram um risco aumentado de morte e de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, entre mulheres cuidadoras de seus maridos, somente pelo fato de exercerem essa tarefa.”

Mesmo no caso dos cuidadores formais é preciso preparo físico e psicológico para exercer esta atividade. “Muitas pessoas simplesmente não aguentam desempenhar esta função, pois o desgaste é muito grande”, diz Regina Célia Popim, doutora em enfermagem e professora da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

De acordo com Regina Célia, coautora do livro O cuidar em oncologia (Ed. Unesp), a pessoa que toma conta de uma outra deve procurar oportunidades para não se exaurir. “É muito importante ter uma atividade paralela que traga prazer e bem-estar, como fazer ginástica, ler livros e ouvir música clássica”, sugere. “Uma outra possibilidade é fazer terapia ou buscar grupos de apoio.”

Alguns indivíduos parecem mais fortes que outros para cuidar integralmente de alguém. Na avaliação do geriatra Ciro Floriani, não se trata de vigor, mas de decisão e disponibilidade. “É importante registrar que esta disponibilidade pode ter um limite, e a família deve oferecer meios de ajuda a este cuidador. Caso contrário, teremos duas pessoas adoecidas: aquela que está dependente de cuidados e o cuidador”, garante o geriatra.

O ideal é que o cuidador divida, na medida do possível, a tarefa com outras pessoas, e busque tempo para se dedicar a si mesmo — o que inclui seu bem-estar e sua saúde.


DICAS VITAIS PARA O CUIDADOR

SER REALISTA CONSIGO MESMO - o cuidador não é o super-homem ou a mulher-maravilha; ele não consegue resolver tudo sozinho e isto precisa ser reconhecido.

ACEITAR SEUS SENTIMENTOS - raiva, culpa, fadiga, falta de esperança e solidão são sentimentos perfeitamente normais e conviver com eles não é sinônimo de ser um mau cuidador. A percepção destes sinais é fundamental, assim como pedir ajuda a parentes e amigos sempre que necessário.

DEMONSTRAR SEUS SENTIMENTOS - uma pessoa não pode ficar bem consigo mesma se esconder seus medos, receios e inseguranças. É preciso ter com quem desabafar: conversar com amigos e familiares ou participar de grupos de apoio ajuda muito.

CULTIVAR UMA RELAÇÃO DE OTIMISMO E O BOM HUMOR – tentar identificar as coisas boas e alegres no relacionamento com o paciente. Sempre que possível, divirta-se e ria com ele, veja filmes de interesse comum, ouça música, dance, pinte…

TER SEU PRÓPRIO TEMPO
- procurar fazer exercícios, ler livros, praticar jardinagem e ir ao cabeleireiro, entre outras atividades simples, levam o cuidador a desempenhar melhor a sua função, ao mesmo tempo em que preservam sua identidade.

PROCURAR SE INFORMAR O MÁXIMO POSSÍVEL - por meio de profissionais, livros, cursos e outras fontes a respeito da doença do paciente. Assim o cuidador poderá explicar a enfermidade aos familiares e amigos. Isso ajuda a ampliar o leque de colaboradores e cuidadores, além de melhorar o zelo pela pessoa dependente.

Fonte: Revista Viva Saúde

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE17]



Quem cuida do cuidador?, [por Flavio José Kanter*]

Vive-se cada vez mais. Cada vez mais pessoas tornam-se dependentes de outras, seja por doenças e suas consequências, seja pelas limitações impostas pelo envelhecimento. O aumento da longevidade entre nós traz junto o aumento no número de cuidadores familiares. São pessoas da família que se encarregam de prover e gerenciar todas as necessidades de quem se tornou dependente.

A equipe de saúde poderia ater-se a essas necessidades: o cuidador deveria prover todas as soluções identificadas e essa tarefa é dele. O cuidador lida com tensões de sua própria existência além das que decorrem da condição de quem ele cuida. É preciso administrar cuidados, tratamentos, profissionais, lidar com hospitais, clínicas e serviços, planos de saúde, assuntos financeiros e burocráticos e com outros componentes da família. Não é pouco nem é fácil. O cuidador submetido a tensões fortes fica mais suscetível a traumas e doenças.

QUEM CUIDA DO CUIDADOR? PROBLEMA DELE?
O Journal of General Internal Medicine publicou na edição online de 9 de janeiro deste ano diretrizes éticas destinadas à relação paciente-médico-cuidador. Foram elaboradas pelo American College of Physicians, o Colégio Americano de Médicos, com apoio de 10 outras entidades médicas.

A proposta é elevar a atenção dos médicos para a importância e complexidade desta relação. Há muitas recomendações. Sugere que o respeito aos valores e crenças, direitos e dignidade do paciente devam nortear todas as interações com ele. A privacidade do paciente deve ser respeitada. A quantidade da participação do cuidador em encontros clínicos deve ser decidida pelo paciente, bem como o grau de informação que ele permite compartilhar, a não ser que suas limitações o impeçam.

Respeitados esses limites, o cuidador deve conhecer toda informação disponível, inclusive de prognóstico, para planejar ações que conduzam ao melhor resultado possível. A disponibilidade do médico para as necessidades de paciente e cuidador é estimulada. O médico deve validar sempre o papel do cuidador familiar e dos compromissos que este haja assumido para obter o melhor manejo possível do paciente. Deve estar atento ao excesso de tensão no cuidador e ajudá-lo a encontrar soluções e busca de cuidados para ele mesmo quando for o caso. Impõe-se preservar a qualidade de vida de ambos, cuidador e cuidado. É necessária muita atenção ao cuidador de doentes terminais na fase que precede a perda, e as consequências emocionais causadas por essa perda quando se aproxima ou após a morte.

Recomenda-se atenção especial para cuidadores distantes, e com os que são profissionais de saúde, para que disponham dos recursos adequados de serviços, suporte e referências. Não é incomum cuidadores que não moram na mesma casa que o paciente, e muitas vezes nem mesmo na mesma cidade. Quando o cuidador é profissional da área da saúde deve ser fornecido apoio para não ser levado a exercer papel de profissional nos cuidados de seu familiar, preservando-o desta sobrecarga indesejável.

Estima-se que nos Estados Unidos existam atualmente 30 milhões de cuidadores familiares. Não se dispõe de estimativas de quantos são entre nós, mas não são poucos. Temos que incluí-los em nossos cuidados.

FONTE: Contexto Político

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE16]

VIII -4-
CUIDADOR


CLIQUE SOBRE O LINK PARA DOWNLOAD

1- Clique: Guia Prático do Cuidador

2- Clique: Manual Para Cuidadores Informais De Idosos

3- Clique: Cuidando de idosos com Alzheimer: a vivência de cuidadores familiares

4- Clique: O cuidador de idosos [EM HTML]

5- Clique: Cuidar Melhor e Evitar a Violência - Manual do Cuidador da Pessoa Idosa

6- Clique: Cartilha do Cuidador - Portal Unimed
[...]Autor: Vivian Beltrame Awad & Designer: Pabla Vieira
E-mail: redacao@portal.unimed.com.br

Conteúdo aprovado pelo coordenador técnico científico do Portal Unimed:
Dr. Carlos Augusto Cardim

Clique aqui para visualizar a cartilha

SUGESTÃO DE LEITURA:
O PORTAL DA UNIMED dispões de várias outras CARTILHAS DE SAÚDE sobre saúde bucal, doenças de verão, gravidez, primeiros socorros e outros assuntos de importância para saúde em geral. Vale a pena visitar o site: http://www.unimed.com.br/

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE15]



VIII -3-
CUIDADOR


Cuidar de suas próprias necessidades é tão importante quanto cuidar da outra pessoa
Dar assistência a um familiar enfermo exige preparo emocional e dedicação, mas não deve fazer com que o cuidador esqueça da sua própria vida.

O termo cuidador é relativamente novo. Muitos dicionários ainda não o incluíram em suas listas de vocábulos. Não é uma profissão, essa atividade não exige necessariamente remuneração, tem uma carga horária indefinida, ou seja, pode ser necessária durante as 24 horas do dia e o cuidador, muitas vezes, não tem direito ou, simplesmente, não pode tirar folgas ou férias.

Geralmente, desempenhada por um parente ou amigo, a função de cuidar de uma pessoa doente em casa (na maioria das vezes, são pessoas com mais idade, que sofrem de doenças como Mal de Parkinson ou Alzheimer que se tornam totalmente dependentes de filhos, maridos ou esposas) exige doação de tempo, carinho, atenção e muita dedicação. Toda essa doação pode fazer com que o cuidador se esqueça de que também precisa se cuidar e dar atenção a sua própria vida.

Chamado de “estresse do cuidador”, esse é um mal que acomete com uma certa frequência as pessoas que se dedicam integralmente a parentes doentes. O cuidador, muitas vezes, já mora ou passa a morar na mesma casa do doente e por isso vive aquela situação a maior parte do seu tempo, o que pode exigir, inclusive, que ele tenha que largar seu trabalho e outras atividades que lhe davam prazer. E aí começam os erros.

Nem mesmo os especialistas têm uma fórmula que diga como a família deve agir quando algum membro precisa de cuidados especiais, cada caso tem suas especificidades e deve ser analisado separadamente. Mas vale pesar as responsabilidades e, principalmente, encontrar soluções benéficas ao paciente e ao cuidador. Se houver a possibilidade financeira de contratar um profissional para ajudar, essa pode ser uma saída para não sobrecarregar os familiares.

Se você é um cuidador, veja algumas recomendações importantes:

- Cuidar de suas próprias necessidades é tão importante quanto cuidar da outra pessoa.
- Inclua atividades prazerosas em sua rotina cotidiana. Escute sua música preferida, dedique certo tempo para cuidar do seu jardim ou para conversar com um amigo.
- Mantenha-se física e mentalmente saudável. Se alimente corretamente e pratique exercícios físicos.
- Não se esqueça das outras pessoas da sua família, elas também precisam da sua atenção. Busque nelas forças para não deixar que a tristeza se instale.
- Divida as responsabilidades com familiares e amigos. Não ache que você é o único que sabe cuidar do enfermo.
- Tire folgas: pode ser uma tarde, um dia, um fim de semana ou até férias.

Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), avaliou 67 pacientes com demência e seus cuidadores para identificar os fatores que contribuem para ocorrência de estresse do cuidador. Entre os que apresentaram variações mais significativas foram o tempo que a pessoa se dedica ao paciente e o grau de dependência do idoso, por exemplo. A pesquisa constatou que quanto mais tempo a pessoa se dedicava à tarefa, mais estresse sentia. Os cuidadores que moravam com o paciente sentiram-se pior.

Fonte: Manual do Cuidador do Departamento de Serviço Social e de Saúde do Estado de Washington e caderno Folha Equilíbrio do jornal Folha de São Paulo. Autor: Vivian Beltrame Awad e Designer: Pabla Vieira.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE14]



VIII -2-
CUIDADOR


O cuidador de idosos tem em suas mãos uma grande responsabilidade, cabe a ele garantir a saúde e bem estar das pessoas com idade avançada. Não é qualquer indivíduo que pode assumir esse tipo de função, é necessário ter um preparo profissionalizante para conseguir desempenhar um bom trabalho.

Algumas instituições promovem o curso de cuidador de idosos, uma capacitação pouco conhecida, mas que aos poucos tem despertado interesse das pessoas que desejam obter uma colocação no mercado de trabalho. O cuidador aprende a suprir as necessidades do idoso, ter uma postura calma e paciente para dar atenção e lidar com as doenças típicas do envelhecimento.

A saúde é uma questão muito importante para o curso grátis de cuidador de idosos, o profissional precisa entender as limitações da terceira idade, as doenças crônicas que se manifestam nessa fase e a compreensão psicológica.
[Saiba mais...]


Cuidador: profissão ou missão? - Parte 1
No dicionário de Língua Portuguesa, a palavra cuidador tem o significado de "que ou quem trata, toma conta de(alguém ou algo); que ou aquele que mostra zeloso, diligente para com outrem". Certamente, o glossário está correto em sua significação.Mas para as pessoas com deficiência, o cuidador extrapola essa definição. Ele está ligado ao conforto, à segurança e à ampliação do convívio social.
[Saiba mais...]

Cuidador: profissão ou missão? - Parte 2
Profissionalização
A longevidade dos deficientes, e sua maior participação na vida profissional e social, trouxe à tona a necessidade de um profissional que pudesse acompanhar a nova fase, mas com os atributos especiais para lidar com essa parcela da população.
[Saiba mais...]

Cuidador: profissão ou missão? - Parte 3
Guia prático do cuidador
O Ministério da Saúde lançou, em 2008, o "Guia Prático do Cuidador", uma publicação que orienta os profissionais na atenção à saúde de pessoas com mobilidade reduzida, idosas e outras em qualquer idade acamadas ou com limitações. O guia esclarece os pontos mais comuns do cuidado em domicílio, estimula o envolvimento da família, da equipe de saúde e da comunidade, além de promover uma melhor qualidade de vida do cuidador e da pessoa assistida, ressaltando ainda que a orientação do profissional de saúde é indispensável.
[Saiba mais...]

FONTES:
Mundo das tribos
Deficiente Ciente

terça-feira, 6 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE13]



"Aceitar-se como ser humano cheio de limites e fraquezas é acima de tudo, sinal de equilibrio, paz consigo mesmo e felicidade". [Pe. Fábio de Mello]

VIII
CUIDADOR


Sendo a DP a segunda doença neurodegenerativa mais comum que atualmente afeta 1% dos indivíduos acima de 55 anos e 3% dos acima de 75 anos. Caracteriza-se pela perda de neurônios da dopamina da substância nigra ou negra, apresentando rigidez muscular, bradicinesia e o tremor em repouso. Sendo o tratamento realizado principalmente com levodopa. No decorrer dos anos o doente pode apresentar demência.Isso pode acontecer devido a presença de inclusões protéicas conhecidas como corpos de Lewy. Sendo assim, no ambiente família o tratamento deve ser com medicamentos e com as terapias alternativas com prioridade de oferecer ao máximo as condições físicas e emocionais para que o doente tenha carinho, atenção, compreensão, afeto, auto-estima elevada e uma qualidade de vida para que o mesmo se integre novamente a sua comunidade.

Por esse motivo, muitas vezes a família recorre a figura do cuidador, aqui em especial o cuidador para o doente de Parkinson, pois a doença não tem cura e a demência que é característica da Doença de Alzheimer (DA) também pode aparecer no doente de Parkinson. O cuidador não substitui a família do paciente. Pode ser algum familiar que muitas vezes possui mais afinidade para acompanhar o doente nas caminhadas e na administração da medicação. O cuidador pode ser também um profissional que tenha habilitação para trabalhar com pessoas idosas. Essa convivência diária no ambiente familiar deve regatar a criatividade da pessoa, melhorar o ânimo, o gosto de viver e melhorar as relações familiares. Desta forma o cuidador possui o papel de fornecer assistência ao doente na hora da medicação, na hora da higiene pessoal, dar assistência na preparação dos alimentos. Ele deverá dar total atenção ao doente, deve possuir sensibilidade para observar constantemente o doente, informando ao médico às alterações que foram observadas no comportamento na fisionomia do paciente.

Desde 2001, o Ministério do Trabalho e Emprego reconhece o cuidador de idosos como uma profissão. Atualmente o Brasil, tem 15 milhões de pessoas idosas, com estimativa de 31,8 milhões em 2025. Na cidade de Belo Horizonte Minas Gerais a Universidade FUMEC disponibiliza Curso Superior Seqüencial-Formação Específica de Cuidador de Idosos. O curso é regulamento pelo MEC e reconhecido pelo Conselho Estadual de Educação e tem duração de dois anos.

Atualmente no Brasil existe associações de trabalhadores(cuidadores), Abapaz-Associação Bahiana de Parkinson e Alzheimer-Caixa Postal 7323-AC Pituba-CEP 41810-970-TEL (71) 3411-3692 - Salvador-Ba. A Associação Brasileira do Câncer também dispõe de um espaço do cuidador.

Mas a pessoa do cuidador e os familiares também necessitam de cuidados especiais, para poder realizar adequadamente suas funções. Exemplo é a CAPS-Centro de Atenção Psicossocial. Surgiu em São Luiz Gonzaga no ano de 2002 em decorrência de uma longa história de atendimento em saúde mental no município. A CAPS São Luiz Gonzaga busca atender dentro da política de atendimento individual e em grupo dentro da perspectiva interdisciplinaridade tratando pessoas portadora de transtornos mental de forma ampla reduzindo as complexidades da doença e suas consequências nos aspectos afetivos, sociais,laboratoriais e familiares.

A CAPS possui um projeto-Cuidando dos Cuidadores. Esse projeto visa estender os cuidados e atenção a família que também é responsável e faz parte do processo do tratamento. Ele objetiva oferecer um espaço de escuta e atenção aos cuidadores de pessoas portadoras de transtornos mentais, procurando instrumentalizá-las para melhor enfrentar as dificuldades geradas pelo contexto da doença, visando torna-la um suporte consistente a sim próprio e ao doente. São desenvolvidos grupos compostos por cuidadores com participação freqüente e sistemática, tendo um local próprio para o desenvolvimento de técnicas e atividades lúdicas de descontração e atividades para melhorar o trabalho na obtenção da qualidade de vida dos familiares. No momento o trabalho da CPAS atende só cuidadores de pacientes mentais, não tendo nenhum caso de cuidador do doente de DP.

FONTE:
proavirtualg15 - Equipe multidisciplinar

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE12]



VII -3-
NUTRICIONISTA

Os familiares e os cuidadores devem encorajar o doente de Parkinson a se alimentar corretamente. Porém, se o peso corporal estiver muito acima do normal, é necessário cautela e dieta. O excesso de peso pode dificultar a movimentação e o trabalho da família ou do cuidador.

Agora, se o problema do portador de Parkinson for à perda de peso a família ou o cuidador deve ficar atento, pois o indivíduo com Parkinson tem mais facilidade de perder peso. O organismo do parkinsoniano gasta mais energia devido aos movimentos involuntários anormais e à rigidez muscular. Também por problemas de deglutição, mastigação, efeitos colaterais dos medicamentos às vezes interferindo no apetite.

Outra questão séria no cotidiano do paciente de DP, devido ao uso de vários medicamentos e as próprias alterações físicas do envelhecimento, a perda automática do controle dos movimentos da face e o enrijecimento pode provocar secura na boca ou hipersalivação e a perda de saliva pela boca.

Para diminuir a secura da boca é recomendado o seguinte:
- Evitar alimentos salgados.
- Mastigar bem os alimentos.
- Beber em média oito copos de água por dia.
- Diminuir a ingestão de alimentos muitos secos.
- Fazer a higiene bucal diariamente.
- Umedecer os alimentos mais secos com chás, com leite, com suco.
- Chupar bala, de preferência sem açúcar, cuidar para fazer a higiene bucal logo após.
- Evite sopas pouco densas. Prefira sopas com vegetais ou carne que possam ser mastigadas e engolidas com facilidade.
- Faça uso de canudinho, se necessário for, pois facilita a deglutição.
- Evite se alimentar quando estiver ansioso, coma com calma, mastigue bem os alimentos.
- Procure ficar, amassar, bater no liquidificador, desfiar ou moer os alimentos mais difíceis de ingerir.


A rigidez muscular contribui para a existência de problemas de postura, como também dificulta a movimentação das mãos e dos braços.

Para melhorar o posicionamento do doente para uma melhor alimentação, os conselhos são os seguintes:
- Mantenha os pés adequadamente apoiados
- A cabeça e o troco devem estar na posição vertical possível.
- Mantenha se sentado bem próximo à mesa.
- Os braços devem ser colocados próximos ao corpo, descansando sobre o colo.
- Pratos com ventosas, talheres de cabo grosso, copos grandes, de plástico e com alças.
- Alguns pacientes de Parkinson às vezes podem apresentar confusão mental em certa fase da doença, (efeito de drogas como Artane, Akineton).


A família ou o cuidador deve ajudar o parkinsoniano da seguinte forma:
- Não se preocupar com certas etiquetas à mesa.
- Manter horários regulares para as refeições.
- Manter a regularidade na administração da medicação.
- Manter regularidade nas caminhadas e nos exercícios físicos.
- Oferecer alimentos não quentes demais.
- Nunca dormir de estomago vazio.
- Evitar líquidos durante as refeições.
- Com muito cuidado indicar e mostrar evidências ao paciente que ele já realizou a refeição.


Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar

domingo, 4 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE11]



VII -2-
NUTRICIONISTA

Os lipídios constituem uma classe grande de compostos que incluem as gorduras, os óleos e as ceras. Muitos lipídios são importantes no controle da quantidade de outros lipídios, como o bom colesterol (HDL), que ajuda a controlar o meu colesterol (LDL) Estes não podem ser eliminados totalmente da dieta. Os chamados ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, que são encontrados nos óleos de peixes, e são cardioprotetores, ou seja, protegem o coração de várias doenças. Por isso é sempre aconselhável substituir alimentos gordurosos por outras fontes de lipídios mais saudáveis, como frituras por saladas temperadas com azeite de oliva.

Para reduzir o colesterol:
- Fazer atividade física,
- Diminuir o consumo de frituras, preferindo alimentação cozida,
- Evitar queijos amarelos, pães e bolos com recheios, gema de ovo, carnes gordurosas, embutidos, frutos do mar, manteigas, cremes de leite, banha.
- Aumentar o consumo de frutas e hortaliças.

Os carboidratos são a principal fonte de energia da dieta humana, o mais abundante encontrado na natureza é a glicose, mas existe a frutose e a galactose.

As fibras na dieta alimentar promovem uma função normal do intestino, pois estimulam a sua movimentação, sendo que as insolúveis aumentam o tempo de transito e o volume do bolo fecal, tendo assim um efeito laxativo. É importante salientar que a ingestão de fibras com o aumento do consumo de água pode resultar em constipação em pacientes com longa história de constipação crônica. Como os indivíduos portadores da DP costumam se queixar da constipação intestinal,sendo que a freqüência aumenta com a idade do paciente e também com o uso de certos medicamentos, o médico neurologista deve ser informado, pois o tratamento com o medicamento Levadopa, pode ser atrapalhado. O levadopa deve ser levado até o cérebro para se transformar em dopamina. Se a levadopa ficar muito tempo no intestino, as bactérias transformam a em dopamina ali mesmo no intestino e a dopamina não entra no cérebro. Sabemos também do mal estar causado pelo intestino preso, contribuindo para a irritação e o nervosismo do paciente. Para aliviar este incomodo o médico deverá prescrever um laxante adequado.

Conselhos da nutricionista com relação à dieta alimentar de um paciente de DP estimular o funcionamento do intestino:
- Pela manhã, tomar água de ameixa preta seca e comê-la,
- Não adiar o horário de ir ao banheiro.
- Tomar muito líquido entre as refeições (oito copos dor dia)
- Mastigar bem os alimentos,
- Ingerir iogurte diariamente,
- Comer frutas-laranja com bagaço, melão, melancia, ameixa, usa abacate, morango,(pelo menos três porções de frutas ao dia).
- Comer vegetais.
- Usar feijão, lentilha, grão de bico.
- Usar mel para adoçar líquidos.
- Usar cereais integrais.
- Não abusar de arroz branco, batata, mandioca.
- Evitar embutidos, pastéis,frituras, polpa de goiaba, limão.

Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar

sábado, 3 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE10]



VII -1-
NUTRICIONISTA


Sobre a dieta alimentar o neurologista Dr. José Renato Guimarães Grisolia assim comenta: "Em fases iniciais não há restrições (a não ser que tenha outras patologias como diabete, hipertensão), mas nas fases mais avançadas é necessário uma adaptação, devido a dificuldade de deglutição que ocorre (necessitando de alimentos mais líquidos e/ou pastosos)".

Dieta Alimentar

A alimentação é uma das maiores preocupações dos familiares do doente de DP. Há uma grande procura por informações por parte dos familiares quando a qualidade e a quantidade dos alimentos que podem ser consumidos pelos pacientes.

A nutrição humana tem muitos componentes. Os macronutrientes são as proteínas,os carboidratos e as gorduras. Os micronutrientes são todos os demais componentes, inclusive vitaminas, minerais e eletrólitos (sódio, potássio, ácido básico, cálcio, magnésio, fósforo); oligoelementos (ferro, iodo, zinco, selênio, cobre, flúor, cobalto, cromo, manganês, molibdênio). Todos eles são vitais, sendo assim a ausência de qualquer um dos nutrientes será prejudicial e pode até mesmo causar grandes problemas.

Alguns estudos tentam mostrar a função antioxidante da vitamina C para diminuir da progressão da doença de Parkinson. Porém, a eficácia deste tratamento ainda não foi comprovada. A vitamina C pode ser encontrada nas frutas cítricas.

Outra vitamina que também possui função antioxidante é a vitamina E sendo que sua carência provoca efeito negativo na formação dos vasos sangüíneos e sistema cardiovascular. Ela é encontrada em óleos vegetais de soja, girassol, milho, azeite de oliva, gema de ovo, fígado, frutas como avelã, castanhas, nozes e amendoim.

A vitamina D tem como principal função à absorção do cálcio, sendo essencial na formação da estrutura óssea. Encontramos vitamina D na gema de ovo, fígado, leite integral. O sol é outra ótima fonte de vitamina D, por que converte em forma ativa de vitamina na pele. A orientação médica é para que paciente de Parkinson tome sol diariamente, por pelo menos 20 minutos, pela parte da manhã até as 10 horas ou à tarde, depois das 16 horas.

As vitaminas do complexo B. B1, B2,B6 e B12 são encontradas em alimentos de origem animal, cereais integrais, leguminosas, hortaliças. A função dessas vitaminas é de regular a coagulação sangüínea e sua carência provoca hemorragias. Com relação á vitaminaB6 chamada de Piridoxina participa da conversão da levadopa em dopamina antes que ela chegue ao cérebro. Por isso quando a levadopa é administrada ao doente, não deve ser prescrito suplemento de vitamina B6, pois o efeito do medicamento vai se perder.

As proteínas são materiais de construção da estrutura corpórea, ou seja, formam os ossos, músculos, pele e o cérebro. São responsáveis também pelo nosso código genético,basicamente somos feitos de proteínas. As fontes de proteínas mais conhecidas são as carnes, peixes, ovos, leite e queijo. As melhores fontes vegetais são as leguminosas como feijão, amendoim, ervilhas e derivados de soja.

Um fato muito crítico é a questão da ingestão da proteína na alimentação do portador da DP. A proteína e a medicação do levadopa são absorvidas no mesmo lugar e ao mesmo tempo. Se as duas estão juntas, uma prejudica a outra. Entram em competição e quem sai perdendo e geralmente é a levadopa, que acaba não produzindo o efeito terapêutico desejado. Por esse motivo é aconselhável a ingestão do medicamento em horários distanciados da alimentação.

Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE9]



VI
ODONTOLOGIA


Um conjunto de medidas preconizadas pelo profissional cirurgião-dentista, contribuem grandemente para a manutenção da saúde geral e aumento da qualidade de vida do paciente de Parkinson.

A cárie dentária, a gengivite, a periodontite são doenças relacionadas ao acúmulo de placa bacteriana. A placa é constituída principalmente por resíduos alimentares, bactérias, células da mucosa bucal e produtos de fermentação das sacarose (açúcares) pelas bactérias. O Tártaro é a placa bacteriana calcificada, recoberta sempre por grande quantidade de placa de difícil remoção.

Para evitar e tratar estas doenças é de suma importância que a higiene oral seja realizada sempre após as refeições e lanches e que a educação alimentar seja realidade na vida do portador de Parkinson. A dieta alimentar é aconselhada, pois há o risco da cárie, devido à frequencia com que o doente come balas, chocolates e bolachas, o doce dá prazer e também faz aumentar a salivação na boca, fato essencial para a deglutição dos alimentos. Sendo que essa falta de saliva na boca é uma das queixas mais frequentes dos portadores do Parkinson.

Segundo os médicos, esse é um dos efeitos colaterais provocados pelos medicamentos. Os doentes,também podem adquirir febre reumática, as infecções dentárias podem ser as responsáveis por isso, devido, muitas vezes, a baixa imunidade que a pessoa idosa apresenta.

A ingestão de grande quantidade de açúcares, por períodos muitos longos, como muitas vezes o doente de DP faz chupar balas o dia todo, pode permitir que a placa bacteriana tenha melhores condições de produzir ácidos, e estes com facilidade destroem os dentes. Para que isso não aconteça, a família, o cuidador até mesmo o doente deve substituir sempre que possível, doces por frutas e incluir na dieta alimentar do idoso alimentos que ajudem a limpar os dentes como a maçã, a cenoura e demais alimentos fibrosos, que também auxiliam no massegeamento das gengivas.

Segundo SHINKAI, “A ação interdisciplinar é indispensável para a resolução de tais desequilíbrios nutricionais. A intervenção do dentista para sanar problemas orais (eliminação de dores e focos infecciosos, restauração da oclusão e reabilitação oral, ajuste de próteses mal-adaptadas) possibilita o retorno das funções de mastigação e deglutição. Já o nutricionista pode orientar uma dieta mais adequada às condições gerais e bucais dos pacientes, com modificações no tipo de alimentos, na apresentação e na consistência da comida. Dessa forma, a associação da restauração da saúde bucal com uma dieta equilibrada e atraente pode devolver ao idoso o prazer de comer. Esse aspecto psicológico não deve ser subestimado, pois a satisfação de poder comer bem é altamente valorizada pelo idoso (Strauss & Hunt, 1993) e tem implicações na sua auto-estima e no convívio social.”

Quando a capacidade motora do paciente não for adequada, é aconselhado a utilização de artifícios que facilitem ao indivíduo, obter uma limpeza satisfatória.

Segue aqui algumas dicas para uma saúde bucal:

- É imprescindível que a higiene oral seja realizada com o uso frequente do fio dental, da escova comum, ou elétrica, ou as que funcionam à pilha.
- Uso do flúor e da saliva artificial.
- Escovação da língua diariamente e escolha da escova que tenha cerdas macias e cabeça pequena, ou escova mecânica, [elétrica ou à pilha].
- Se necessário, use produtos para fixar a prótese dentária, pois pode tornar-se frouxa e perder a estabilidade, prejudicando a fala e a mastigação e principalmente faça a remoção e limpeza da prótese dentária à noite.

Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE8]


MASOTERAPEUTA [MASSAGEM]

A associação de tratamento farmacológico com outras terapias tais como, a fisioterapia, a fonoaudiologia, a psicologia, a terapia ocupacional costumam ser suficiente para melhorar a qualidade de vida do paciente.

É muito importante o diálogo entre o neurologista e o massoterapeuta, pois os dois devem trabalhar em conjunto, devem escolher a técnica da massagem de acordo com a necessidade do paciente.

A doença de Parkinson não dá descanso aos músculos do doente, estes ficam fatigados, por isso a técnica de relaxamento e o uso da massagem são indicados, quando estes recebem a massagem melhoram a circulação sanguínea, os músculos relaxam e ganham flexibilidade reduzindo o stress e ansiedade do paciente.

Assim os comprometimentos físicos em decorrência da rigidez muscular e da lentidão dos movimentos têm nessas terapias a diminuição dos efeitos dos sintomas que são acometidos os doentes.

A massagem é uma forma de terapia complementar que deve considerar o ser humano na sua totalidade - ao nível físico, mental, emocional e energético.

Esta recente forma de "olhar" para a massagem tem proporcionado um grande desenvolvimento nesta área com o surgimento de novas técnicas de massagem, novos métodos de reeducação postural e novas terapias manipulativas.

Há mais de 60 tipos diferentes de massagem, pelo que é muito importante cada pessoa ter a noção de qual o tipo de massagem que mais lhe convém. Quando mencionamos "60 tipos de massagem", o que na realidade se quer transmitir é que há mais de 60 tipos de terapias complementares que incluem a prática da massagem na sua terapêutica. Cada tipo de massagem tem um fundamento próprio e atua em partes diferentes do corpo, pelo que cada pessoa se deve questionar sobre o que realmente procura quando pretender uma massagem: relaxamento mental, alívio de alguma dor específica, descontração física, estimulação energética...

Há cerca de 6000 (seis mil) anos atrás, a ciência da Ayurveda começou na Índia. A massagem ayurvédica é uma vigorosa massagem que estimula os músculos e a circulação, liberando as toxinas presas aos músculos e tecidos.
Shiatsu - é um método terapêutico japonês criado no fim da era Meiji (1868), a partir dos recursos de pressão dos meriadianos com os dedos.

A Digitopressura Do-In é uma técnica de massagem de origem chinesa que visa a preservação ou recuperação da saúde, através da pressão exercida com os dedos sobre os pontos de acupuntura.

Massagem tailandesa auxilia no reequilíbrio físico e mental trabalhando intensamente o relaxamento muscular através de movimentos com foco em alongamentos.

Reflexologia, ou terapia por zona, é uma prática que estimula pontos nos pés, mãos ou orelhas (chamados de zona de reflexo), acreditando que isso trará efeitos benéficos em algumas partes do corpo ou melhorará a saúde geral. A forma mais comum é a reflexologia dos pés. Os praticantes acreditam que o pé seja dividido em zonas de reflexo que correspondem a todas as partes do corpo.


Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar
Portal da Massagem

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE7]



IV
PSICOLOGIA


Segundo o médico neurologista Dr. José Renato Guimarães Grisolia, "a psicologia ajuda a melhorar seus sentimentos (depressão e ansiedade que virtualmente estão presentes em qualquer doença crônica)"; "Existe também a terapia ocupacional que pode dar muito auxílio nesta patologia, fazendo adaptações, melhorando a auto-estima e trabalhando a habilidade manual".

O comportamento humano é objeto de estudo por parte da psicologia, mas é o cérebro humano que mais interessa para os estudos psicológicos. As limitações físicas e a repercussão psicológica decorrente desse fato é o objetivo do tratamento psicológico das pessoas portadoras da Doença de Parkinson(DP). Sabemos que o organismo físico, emoções e sentimentos são instâncias de constituição humana com muito mais relações em comum do que inicialmente se pode imaginar.

O tratamento psicológico é de longa duração, envolve não só o paciente, mas todos os que com ele convivem. Todos, em conjunto devem oferecer recursos físicos e principalmente afetivos através dos anos, para que o tratamento seja conduzido com tolerância, cautela e compreensão e muita auto-estima. O paciente costuma ter medo, depressão,stress, ansiedade,as vezes decorrentes da medicação utilizada para suprir a escassez da dopamina no cérebro, como também, decorrente da falta de sossego dos tremores e da disfagia neurogênica.

Geralmente o comportamento inicial da pessoa que descobre que é portadora da Doença de Parkinson é de negar a doença, nem a própria família, às vezes sabe que a pessoa possui a doença. Já outros doentes, não tentam encobrir os sintomas da doença, mas apenas aceitam a doença sem dar muita importância ao tratamento com o neurologista. Há um pequeno número de pacientes que procuram informações e consultam um neurologista. Todo o tratamentoda DP vai depender do diagnóstico bem realizado com um neurologista de confiança do paciente. Por isso é de suma importância o apoio da família, dos parentes e dos amigos.Sabe-se que a doença é degenerativa, é crônica, não tem cura, mas a maior parte dos pacientes de Parkinson mantém a capacidade de gozar a vida por longos anos.


Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar

terça-feira, 29 de junho de 2010

Parkinson: diagóstico, tratamento, cuidados. [PARTE6]




III
FONOAUDIOLOGIA

Qual a contribuição da fonoaudiologia na reabilitação das funções de fala e alimentação?
Segundo neurologista Dr:José Renato Guimarães Grisolia, "A fonoaudiologia pode melhorar a deglutição".

Pacientes com doenças degenerativa (Doença de Parkinson) que possuem problemas no sistema motor, necessitam das orientações e intervenções de um profissional da terapia fonoaudiológica.

O tratamento convencional se direciona a reabilitação do paciente que apresenta alterações da fala, da voz e da deglutição, ou seja, disfagia neurológica. De modo geral, a DP provoca distúrbios motores envolvendo as estruturas responsáveis pela fonoarticulação e a deglutição. As principais alterações são: engasgos,tosse antes, durante e/ou depois da deglutição, refluxo,tosse e escape de saliva pelos cantos da boca, dificuldade de engolir comprimidos e/ou alimentos líquidos ou sólidos,sensação de alimento parado na garganta, dificuldade de emitir a mesma palavra ou frase, dificuldade de falar com entonação adequada, dificuldade de respiração.

A intervenção da fonoaudiologia envolve terapia com a realização de exercícios de mobilidade e sensibilidade oral, manobras posturais e de reabilitação visando a diminuir as dificuldades de deglutição e com técnicas de aprimoramento da articulação para permitir ao máximo os movimentos dos órgãos responsáveis pela respiração e comunicação oral do paciente. A terapia é realizada duas vezes por semana durante um mês (três vezes ao dia) quando não tem a sessão com o profissional.

O tratamento visa:
- aumentar a intensidade de fonação;
- melhorar captação glótica;
- desenvolver melhor extensão vocal:
- estabilizar a emissão;(qualidade vocal cripitante)
- melhorar a ressonância;
- projeção da voz;
- precisão articulatória;
- coordenação deglutição-fala.

As dicas a seguir poderão ser úteis aos pacientes, familiares e cuidadores, pois contribuem para a melhor qualidade de vida do paciente.

- Mantenha-se hidratado, ingerindo água em temperatura ambiente.
- Use roupas confortáveis na região do abdômen e pescoço.
- Evite refrigerantes, bebidas alcoólicas, gorduras e condimentos.
- Evite ambiente poluído por poeira, fumaça, mofo e cheiros fortes.
- Evite fumo ativo ou passivo.
- Procure falar alto e forte.
- Fale sempre olhando para o interlocutor.
- Procure não falar em locais barulhentos
- Respire profundamente antes de falar.
- Engula sempre a saliva principalmente antes de falar.
- Abra bem, a boca para falar.
- Fique atento ao volume da voz ao falar.
- Preste atenção na velocidade da fala, procurando não falar muito depressa ou devagar.
- Pronuncie bem as palavras e não omita o seu finais.
- Use pastilhas, spray, saliva artificial ou medicamentos, apenas quando indicado pelos médicos.
- Evite automedicação e soluções caseiras tais como: gengibre, romã, mel, balas, etc.

Fonte:
proavirtualg15/equipe multidisciplinar