
Enviei um texto para o Badu, que me sugeriu dividí-lo em partes por ser muito extenso. Então eu o dividi em três capítulos e vou postá-los a cada 2 dias para que todos possam acompanhar e opinar. Abraços, *TT
Depois do chat de 5ª. Feira, dia 26/março/2009, da APPP [Associação Paranaense dos Portadores de Parkinsonismo], fiquei pensando muito sobre o tema sugerido pelo Magno e fui buscar na Internet alguma matéria que abordasse o tema “sexo relacionado à DP”. Encontrei pouca coisa. Na falta de artigos médicos esclarecedores, decidi abordar o assunto sob o meu ponto de vista, como portadora de DP.
É uma abordagem muito pessoal e espero que o assunto saia da casa dos parkinsonianos e chegue aos consultórios médicos, para maiores orientações, porque notei que os pacientes, parceiros [as] e médicos, raramente discutem esta questão com transparência. Embora meu enfoque esteja nos portadores de Parkinson, penso que posso generalizar, estendendo o assunto a outras pessoas que encontram problemas nesta área.
Creio que antes ainda de tratar da questão em si, devo abrir um espaço para falar sobre a educação e religião. Muitos de nós tiveram uma educação repressora quando se falava de sexo, ou pior que isto: nos era vetado falar sobre estas questões. Muitas vezes também a igreja tem um papel opressor, talvez não a instituição propriamente dita, mas a forma como cada um interpreta os princípios ditados pela religião.
O que pretendo dizer exatamente quando coloco em pauta a educação repressora e conceitos religiosos limitantes é que, se encontramos problemas com relação ao sexo, muitas vezes o problema pode não estar no nosso corpo, mas sim em nossa mente, por idéias que nos foram [ou ainda são] impostas.
Quero esclarecer que respeito às religiões e as opções de cada um, porque ao longo da vida aprendi a conviver com as diferenças e somar à minha vivência experiências de grande valor.
Embora eu não tenha uma religião descrita, acredito firmemente em Deus. Assim costumo dizer que Deus é minha religião e seu templo é meu corpo. Assim quando procuro Deus, é dentro de mim que eu o encontro. Acredito também que o propósito de Deus é a nossa suprema felicidade.
Abri este espaço para que conheçam um pouco mais de mim e de meus propósitos.
Em nenhum momento recebi a DP como castigo. Se foi algo vindo de Deus, entendo que não me veio por punição, mas sim como missão.
Meu propósito é aprender o máximo possível sobre a DP, ter condições de repassar as informações a outros portadores, que eu chamo carinhosamente de “minha família PK”.
Aqui cabe também um agradecimento ao Badu, que me deu a oportunidade de escrever no blog da ABP, tornando minha missão mais fácil.
[Continua domingo]
