Dicas para economizar água no seu dia a dia
Por Ágata Székely
É quarta-feira e faz um sol de rachar ao sul da Cidade do México. Nos viveiros de Coyoacán, as paisagens são muito diferentes nos dois lados do caminho de terra vermelha. À direita, o panorama é animador: 300 mil pinheiros e cedros minúsculos se alinham a perder de vista. É a incubadora vegetal da cidade, onde se criam as árvores que depois serão plantadas e crescerão nas calçadas. À esquerda, por sua vez, um rio com uns quatro metros de largura arruína as ilusões ecológicas. Pratos descartáveis, garrafas, fraldas e outros plásticos indefinidos se acumulam às margens do malcheiroso e espumoso Rio Magdalena, hoje de águas negras.
No meio do parque, um grupo de meninos observa o lixo e dois deles torcem o nariz. Todos têm entre 4 e 5 anos e passam a manhã num programa que vai lhes ensinar como e por que cuidar da água. O aprendizado inclui um passeio no bosque, vídeos e uma apresentação de teatro de bonecos onde um tal de Tlalocman, acompanhado por fantoches de pano que representam as bactérias, fala sobre as doenças resultantes do consumo de água não potável.
Tlalocman não cita os números arrepiantes, mais adequados ao mundo dos adultos: ao redor do planeta, 1,6 bilhão de pessoas não tem acesso a água potável; 400 milhões não dispõem de instalações de esgoto; e oito milhões morrem todo ano por doenças ligadas ao fornecimento inadequado deste precioso bem.
Está previsto que, até 2025, 1,8 bilhão de pessoas viverá em regiões de seca absoluta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 97% da população urbana no Brasil tem acesso a fontes adequadas de água potável. Já na população rural, esse número cai para 58%.
Embora o super-herói de pano não fale de estatísticas e as caricaturas do vídeo sejam simpáticas, o problema fica claro para as crianças.
– Por que é preciso cuidar da água? – pergunta o professor.
– Porque ela vai acabar.
– E com que vamos tomar banho?
– Com nada!
(...) segue
Fonte : Revista Seleções