Ao contrário do que prega a sociedade moderna, reservar parte do dia para atividades agradáveis e desligar o cérebro das obrigações e preocupações são atitudes muito produtivas que mantêm a saúde em dia.
Texto • Thais Szegö
Ficar deitada de pernas para o ar é uma delícia. Folhear uma revista, sair para olhar vitrines, sentar numa mesinha na calçada para um cafezinho no final da tarde, então, melhor ainda. Porém, se dependerem das demandas atuais, esses pequenos prazeres irão desaparecer.
Afinal, a patrulha antipreguiça foi colocada nas ruas. E ai de quem não ralar 12 horas por dia, muitas vezes até nos finais de semana. Infelizmente, as pessoas ainda acreditam que entrar de cabeça nessa roda-viva seja a única maneira de dar conta da avalanche de demandas cotidianas.
Ledo engano. Os indivíduos que se destacam em todos os âmbitos são aqueles que conseguem equacionar de maneira inteligente a atividade profissional e o lazer, evitando, assim, uma sobrecarga mental. “É difícil avaliar o que é considerado excesso de trabalho cerebral, mas existem cálculos especulativos indicando que gênios como Albert Einstein, Isaac Newton e Leonardo da Vinci, por exemplo, só lançaram mão de 20% da sua capacidade”, conta o neurologista Deusvenir de Souza Carvalho, da Universidade Federal de São Paulo. “O que nos dá a sensação de que a estafa seja resultante de seu mau uso”, conclui. “As atividades intensas incentivam a produção de substâncias no organismo que o preparam para reagir às solicitações do dia a dia”, explica Luis Fernando Correia, clínico geral do Hospital Samaritano do Rio de Janeiro. “Se for contínua, a estimulação pode levar a um estado de exaustão física e mental. Daí a necessidade de buscar um equilíbrio entre as duas situações”, acrescenta. (...)
Fonte : Revista Bons Fluidos