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terça-feira, 30 de novembro de 2010
Terapia genética melhorou memória de ratos com sintomas de Alzheimer
Pesquisadores testaram técnica que aumenta níveis de substância para comunicação entre neurônios
Uma técnica de terapia genética criada para melhorar problemas de memória associados ao Mal de Alzheimer foi testada com sucesso em ratos, dizem cientistas americanos.
Os especialistas usaram a técnica para aumentar níveis de uma substância química que auxilia a comunicação entre células do cérebro, explica um artigo publicado na revista científica Nature.
Esse processo de envio de sinais entre as células é prejudicado em pacientes com o Mal de Alzheimer.
Segundo a entidade britânica Alzheimer's Research Trust, que fomenta pesquisas sobre a doença, o novo estudo acrescenta uma peça importante ao conhecimento que se tem sobre a sobre a doença e sugere novas rotas de pesquisa.
Amiloide
Com o aumento na expectativa de vida da população de muitos países do planeta, a incidência do Mal de Alzheimer e de outras formas de demência deve crescer.
A equipe de pesquisadores do Gladstone Institute of Neurological Disease, em San Francisco, na Califórnia, acredita que um aumento nos índices do neurotransmissor EphB2 no cérebro possa ajudar a reduzir ou mesmo prevenir alguns dos piores efeitos da condição.
Seu estudo sugere que a substância cumpre um papel importante na memória e que sua presença é reduzida em pacientes com o Mal de Alzheimer.
Uma das características mais marcantes dos cérebros afetados pela condição é o acúmulo de placas de uma proteína chamada amiloide. Com o passar do tempo, isso leva à morte das células do cérebro.
Experimento
A equipe baseou seu experimento em uma particularidade da proteína amiloide: sua suposta habilidade de se acoplar ao neurotransmissor EphB2, reduzindo a quantidade da substância disponível para as células do cérebro, o que poderia em parte explicar a perda de memória nos pacientes.
Para testar essa ideia, eles usaram técnicas de terapia genética para reduzir e também para aumentar a quantidade de EphB2 disponíveis nos cérebros de ratos de laboratório.
Quando os índices da substância foram reduzidos em ratos saudáveis, os animais desenvolveram sintomas de perda de memória similares àqueles observados em ratos programados geneticamente para apresentar uma condição similar ao Mal de Alzheimer.
E quando os ratos com sintomas de Alzheimer receberam terapia genética que aumentou os índices de EphB2, seus sintomas de perda de memória desapareceram.
Lennart Mucke, líder do estudo, disse que sua equipe ficou "encantada" com a descoberta.
"Com base nos nossos resultados, achamos que impedir as proteínas amiloides de se acoplarem ao EphB2 e aumentar os índices de EphB2 ou de (suas) funções por meio de drogas pode ser benéfico a (pacientes com) Mal de Alzheimer", disse Mucke.
Repercussão
Pesquisadores britânicos disseram que o estudo, embora interessante, não oferece uma resposta rápida para pacientes com Alzheimer.
Rebecca Wood, diretora do Alzheimer's Research Trust, disse que o cérebro humano é complexo, e entender como ele funciona e como é danificado por doenças como o Mal de Alzheimer é uma tarefa gigantesca.
O estudo "indica uma forma de fazer com que as células nervosas do cérebro continuem se comunicando, o que é vital para o pensamento e a memória".
Mas ela acrescentou: "Não sabemos ainda se essas descobertas vão levar a um novo tratamento para o Mal de Alzheimer - isso ainda vai demorar". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Fonte : Estadão.com.br - Ciência
O que emperra as nossas pesquisas?
Essa semana, cientistas de todo o país foram a Brasília apresentar os primeiros resultados de um novo programa lançado ao final de 2008: os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). São 122 ao todo.
Os INCT são financiados pelo governo federal (CNPq e FINEP) em parceria com as agências locais de fomento – FAPESP no caso de São Paulo – que vem apoiando as pesquisas no nosso estado há décadas, com muito sucesso. Na realidade, os INCT foram inspirados no excelente programa CEPID-FAPESP (Centros de pesquisas, inovação e divulgação da FAPESP) que foi iniciado em São Paulo, em 2000. Para a nossa sorte, porque o Centro de Estudos do Genoma Humano foi um dos contemplados.
Nos últimos anos houve um aumento nos investimentos federais em projetos de pesquisas, não podemos negar. Mas as dificuldades burocráticas para importar material de pesquisa continuam sendo um entrave gigantesco no avanço das nossas pesquisas. (...) segueFonte : Revista Veja - Mayana Zatz