IPATINGA – Há 3 anos, V.P. parou sua moto próximo à calçada de um estabelecimento e começou a descer, devagar, do veículo. Neste momento, foi abordado por um policial que, de arma em punho, o questionou sobre a demora. Para o policial, V. estava em atitude suspeita. Ele é portador da doença de Parkinson, que provoca restrições nos movimentos, rigidez muscular e tremores. Tentou explicar a situação, mas o policial não tinha conhecimento da doença e só se convenceu após a intervenção de terceiros.
O constrangimento vivido por V. foi uma das experiências compartilhadas por ele com outros portadores do mesmo problema. Os parkinsonianos criaram em Ipatinga, no final do ano passado, o Grupo de Apoio aos Parkinsonianos.
O objetivo do grupo, que começou com 10 integrantes, é a troca de experiências, divulgar informações, melhorar a autoestima e levar mais qualidade de vida aos portadores do Parkinson, mal que afeta o sistema nervoso e acomete, sobretudo, pessoas com mais de 60 anos.
Outra proposta dos encontros, que ocorrem na terceira segunda-feira de cada mês, é ajudar o paciente a aceitar a doença, facilitando a reintegração social do paciente. “Usamos o grupo para criar laços, buscar companheirismo e tirar o parkinsoniano do isolamento, fazendo com que ele volte a sorrir”, explica o coordenador Judson Borges. “Queremos que o parkinsoniano saia de casa, que sorria de novo”, emenda.
No último encontro, ocorrido no último dia 17 na casa de um dos integrantes do grupo, foi realizada uma palestra da profissional de Educação Física, Raquel Veloso. Ela explicou como a prática da atividade física pode retardar os sintomas, bem como proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente, ao trabalhar exercícios que ajudam na funcionalidade do corpo. Além dos integrantes, a reunião contou ainda com diversos convidados e profissionais da rede municipal de saúde.
Fonte : Diário do Aço:.