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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Muita ansiedade? Caia na água

Estudos revelam que a prática regular de exercícios aquáticos, como a hidroginástica e a natação, atua no tratamento complementar de pacientes com transtorno de ansiedade

POR ANDRÉ BERNARDO
FUSÃO DE IMAGENS: HELTON GOMES

Não é difícil reconhecer uma pessoa ansiosa. O dicionário Houaiss já dá algumas pistas: é todo indivíduo aflito, ofegante, angustiado. Se alguém o seleciona para uma entrevista de emprego na sexta-feira, por exemplo, pode ter certeza de que, a partir de segunda, o ansioso já começará a passar mal. Na véspera do grande dia, então, será capaz de sentir falta de ar, boca seca e aperto no coração. A sensação de que algo - ou, quem sabe, tudo - pode dar errado é incontrolável para um portador de transtorno de ansiedade.

"A ansiedade que a gente sente no dia a dia é mais do que saudável. Afinal, ela protege o indivíduo contra a própria extinção. Mas, quando alguns sintomas começam a causar um sofrimento muito grande, a ponto de impedir a pessoa de exercer as suas atividades normalmente, ela já pode ser considerada patológica. Nesse caso, convém procurar ajuda médica", alerta o psiquiatra Tito Paes de Barros Neto, do Ambulatório de Ansiedade (Amban) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Se você é do tipo que sofre por antecedência, não esquente a cabeça. Em vez de perder tempo com suposições do tipo "E se?", matriculese num clube de natação ou numa academia de hidroginástica. Quando a ansiedade é leve ou moderada, alguns simples ajustes na rotina, como a prática regular de exercícios aquáticos, são capazes de minimizar os sintomas do transtorno.

MENOS TENSÃO

Um recente estudo da Universidade Estadual de Maringá (PR) mostrou que duas sessões semanais de hidroginástica, cada uma com 50 minutos, durante três meses, são suficientes para reduzir os níveis de ansiedade em mulheres já diagnosticadas. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), esse tipo de transtorno afeta 25% da população mundial. A previsão é que três mulheres para cada homem sofram com o problema.

A pesquisa foi feita em 2008 com 16 voluntárias na faixa dos 36 anos, todas em tratamento medicamentoso aliado à terapia comportamental. Das 16 mulheres estudadas, oito adotaram a prática da hidroginástica como complemento terapêutico enquanto o restante manteve o tratamento convencional. Segundo uma das autoras do trabalho, a professora de Educação Física Viviane Buzzo, da Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (Fafiman), as voluntárias que adotaram a prática da hidroginástica apresentaram queda nos índices de tensão, depressão, fadiga e raiva.

A explicação para tal efeito passa pelos benefícios que todo esporte proporciona. "Qualquer tipo de exercício físico libera endorfina no sistema nervoso central. São essas substâncias que produzem um efeito tranquilizante e analgésico no organismo", explica o psiquiatra Antonio Egídio Nardi, do Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O que esses esportes fazem por você
1. Fortalece a musculatura
2. Aumenta a capacidade respiratória
3. Melhora a eficiência cardíaca
4. Promove relaxamento muscular
5. Reduz a gordura corporal
6. Proporciona bem-estar físico e psicológico
7. Estimula interação social
8. Alivia a tensão e o estresse
9. Combate a insônia e a obesidade
10. Favorece a reeducação postural

UM MERGULHO NO BEM-ESTAR

No entanto, as atividades aquáticas levam certa vantagem sobre as terrestres. "Ao controlar a respiração dentro da água, o aluno aprende também a controlar a ansiedade. Os exercícios respiratórios acontecem de forma natural pelo simples fato de o indivíduo estar imerso no meio líquido", argumenta a coordenadora do departamento Aquático da Companhia Athlética em São Paulo, Fabiana Tassi.

Fonte : Revista Viva Saúde

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