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domingo, 25 de abril de 2010

Doença de Parkinson : Novas Perspectivas de Tratamento – ATP e Riboflavina

Dr. José de Felippe Júnior


Introdução

A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa comum associada com tremores, bradicinesia, rigidez e perda dos reflexos posturais. A alteração patológica predominante é a perda dos neurônios dopaminérgicos na substância nigra pars compacta. Muitos fatores foram implicados na sua patogênese tais como: predisposição genética, aumento da deposição de ferro na substância nigra, à excitotoxicidade por disfunção mitocondrial crônica e estresse oxidativo devido a dois fatores, o aumento da atividade da enzima monoaminooxidase (MAO) e à inibição da cadeia respiratória (Turner e Schapira – 2001 , Gu e Owen – 1998).

A Doença de Parkinson como todas as doenças degenerativas do cérebro está se tornando cada vez mais freqüente nas pessoas idosas do primeiro mundo devido ao aumento da sobrevida da população. Com o passar dos anos acontece um declínio progressivo da função das células, coincidindo com o declínio progressivo da função mitocondrial. Este fato tem sido reconhecido como fator causal de muitas doenças dos seres humanos em particular as doenças neurodegenerativas, porque os neurônios são as células mais sensíveis do organismo (Turner e Schapira – 2001, Schapira – 1992, Wallace – 1992).

Para manterem as suas funções as células devem continuamente produzir energia: ATP(trifosfato de adenosina). Sem energia as células não conseguem sintetizar hormônios, enzimas e neurotransmissores como a dopamina, a noradrenalina, a serotonina e a acetilcolina, todos eles de capital importância para a função cerebral, sendo a dopamina a que mais nos interessa no momento.
As duas vias principais de geração de ATP são a glicólise anaeróbia (citoplasma) e a fosforilação oxidativa (mitocondria), sendo esta última 17 vezes mais eficaz. As mitocondrias são as organelas que produzem a maior parte do ATP necessário para a função normal e a sobrevivência dos neurônios.
Até o presente momento não se encontrou a terapêutica definitiva para a doença de Parkinson, entretanto, muita pesquisa tem sido elaborada nos últimos anos sobre a neuroproteção e cada vez mais conhecemos importantes elementos da fisiopatologia desta doença, que apontam para um defeito quase que sistemático da fosforilação oxidativa.
Estudos recentes sobre a bioenergética mitocondrial dos neurônios da substância nigra pars compacta, nos permitem pensar que estamos muito perto de alcançarmos uma estratégia terapêutica mais eficaz do que aquelas atualmente existentes. Basta conhecermos um pouco mais sobre a bioquímica e fisiologia deste nosso parasita amigo: a mitocondria.

Doença de Parkinson como Deficiência do Complexo I da Cadeia Respiratória Mitocondrial

A descoberta em 1989, que existe na Doença de Parkinson uma deficiência do complexo I da cadeia respiratória limitada à substância nigra focou a atenção sobre o papel da mitocondria na etiologia e na patogenia desta doença (Schapira e Cooper-1989 , Schapira e Mann – 1990 , Swerdlow – 1996). Comumente se encontra uma redução de 35% do complexo I nos neurônios dopaminérgicos na substância nigra . É interessante saber que apenas 5% dos neurônios dessa região são dopaninérgicos e que eles são altamente dependentes do metabolismo aeróbio o que faz essas células serem particularmente vulneráveis à disfunção mitocondrial. (...) segue

Fonte : Associação Brasileira de Medicina Biomolecular

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