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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ficar sentado por longos períodos não faz bem à saúde

Escrito por Dr. Ricardo Teixeira, 26 de Abril de 2010.

A recomendação de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou intensa por semana é unânime quando o assunto em questão é promoção de saúde. Esses 150 minutos, divididos em cinco dias por semana, dariam meia hora diária de atividade física, o que poderia ser considerado como o mínimo para usufruirmos dos seus inúmeros benefícios à saúde. Entretanto, alguns estudos têm revelado que, além dessa meia hora diária, evitar ficar muito tempo parado durante o dia pode ser um bom investimento à saúde.

Pesquisadores suecos publicaram um artigo nesta semana no periódico British Journal of Sports Medicine, fazendo uma provocação de que o termo comportamento sedentário, que indica falta de exercícios físicos, deveria ser substituído por comportamento de “inatividade muscular”. As pesquisas têm mostrado que o hábito de permanecer longos períodos do dia sem movimentação aumenta o risco de obesidade, diabetes, doenças do coração, câncer, e também está associada a uma menor longevidade. Tudo isso, independente da presença de exercícios, de moderados a vigorosos.

Um recente estudo australiano demonstrou que o risco de síndrome metabólica, que é um precursor de diabetes e doenças cardiovasculares, é 28% menor entre mulheres que fazem 30 minutos diários de atividade física regular. Por outro lado, o estudo também revelou que, cada hora adicional que uma mulher passa em frente à TV, aumenta em 26% seu risco de apresentar síndrome metabólica, independente dos exercícios moderados que realiza. É previsível, portanto, que essas horas de “inatividade muscular” sejam ainda mais prejudiciais para quem faz poucos exercícios físicos.

Pelo corpo de evidências que temos até o momento, as recomendações médicas poderiam incluir não só os exercícios físicos regulares, mas também o hábito de se movimentar de forma intermitente durante o dia. Paradas de alguns minutos no trabalho - que permitam um pouco de movimento -, evitar o automóvel, quando possível, usar as escadas no lugar do elevador; todas são atitudes que podem ter mais influência em nossa saúde que costumamos imaginar.


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Dr. Ricardo Teixeira é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog "ConsCiência no Dia a Dia" - http://consciencianodiaadia.com/

Fonte: Espaço de Sérgio

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