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quinta-feira, 13 de maio de 2010

A vida depois do mal de Parkinson

Muitos pacientes descobrem como conviver com as limitações geradas pela doença.

De repente, abotoar a camisa torna-se um fardo. A letra já não é mais tão redondinha e tarefas como escovar os dentes ou folhear uma revista demandam mais tempo do que o habitual. Também podem ocorrer momentos em que o corpo enrijece e a pessoa cai no chão, sem saber como foi parar lá. Reflexos lentos, andar arrastado, cãibras, tremores e movimentos desencontrados são realidades com as quais os portadores da doença de Parkinson precisam aprender a lidar.

As limitações e a certeza de que, por enquanto, o mal é incurável e progressivo costumam afetar emocionalmente os pacientes. "São quatro fases: negação, revolta, depressão e aceitação", explica o coronel Carlos Aníbal Pyles Patto, 63 anos, parkinsoniano há duas décadas e fundador da Associação Parkinson Brasília (DF). "Fala-se muito sobre a doença, mas pouco sobre os portadores", afirma. Para Patto, é fundamental mostrar que, mesmo com as dificuldades inerentes ao mal, é possível conviver bem com ele. "Costumo dizer que a doença é minha companheira de viagem, porque vai me acompanhar até a morte. Então, você tem de se dar bem com ela", ensina.

Viver pacificamente com o Parkinson é possível. "Como é uma doença do sistema nervoso central, que exige o uso de medicamentos, o primeiro passo é deixá-la bem controlada. Feito isso, dependendo do grau de gravidade, é indicada a avaliação de um fisioterapeuta, para verificar quais as limitações mais importantes e o que se pode fazer", explica o neurologista Henrique Braga, da Unidade de Neurologia e Psiquiatria do DF, no Hospital Anchieta. "Como é degenerativa, a doença vai avançando aos poucos, mas o medicamento tem como amenizar, e muito, os sintomas da doença. Por exemplo, uma pessoa que poderia estar acamada, sem andar, pode caminhar, fazer compras e se exercitar, caso use o medicamento", diz o médico.
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Fonte: Diário de Natal

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