Há tempos que não escrevia em meu caderno de poemas. Talvez o frio de domingo tenha aquecido meu coração
e passei a tarde versejando.
Deixo aqui para vocês um pouco desta chuva de letrinhas,
traduzindo um pouco do meu amor pela vida
e de minha esperança incondicional por tudo.
Abraços, *TT
O que aquieta meu coração
é o que ainda não há,
e por não haver, não ser e inexistir
enche-me profundamente a alma
da mais absoluta esperança.
E ter esperança dá-me coragem
e força para prossegir.
Agarro-me à esperança que tenho de tudo.
Da ausência faço a companheira.
Das noites frias recrio a poesia.
No vazio da cama larga
embalo meus sonhos e desejos,
conto e reconto as horas,
adiadas, transmutadas em dias.
São dias de êxtase e espera.
Enquanto espero a promessa da vida,
sirvo-me do vazio
para convertê-lo em benção.
Triste é aquele que não tem
por quem esperar.
Enquanto não se cumpre
a promessa deste novo tempo,
cultivo um espírito livre,
dentro de um corpo aprisionado,
(que haverá um dia de se libertar),
e a ele entrelaçado,
mantenho vivo o entusiasmo
que suporta o peso das limitações.
Enquanto marco o compasso de espera,
recrio, legitimamente, a vida em mim.
É assim que mesmo na tua ausência,
confiante, sinto-me plena de ti.
Por isso, humildemente, te peço:
- Abre tua mente, tua alma e teu corpo,
acolhe-me, com serenidade,
e a todo o meu amor:
a minha verdade concebida.
06jun2010, Simplesmente*TT
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