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sábado, 17 de julho de 2010

O QUE EXISTE NOS ENLATADOS?

Os alimentos enlatados já existem há mais de 200 anos mas a partir de 1940, industrias iniciaram processos de acondicionamento em latas usando elementos quimicos que hoje são sabidamente nocivos à saúde, como o BISFENOL A (BPA). Este produto é introduzido juntamente aos alimentos e produz conhecidos danos à saúde, alguns dos quais podem ser evitados.


Historicamente, a maioria das vezes em que se usava o BPA era para a manufaturação de plásticos, especialmente mamadeiras e linhas de produtos enlatados para alimentação infantil. Essa substancia imita a ação de estrógenos (hormônios femininos) e interfere no desenvolvimento da criança. Alguns paises, incluindo Canadá e Dinamarca e alguns estados dos Estados Unidos, passaram a restringir o uso de BPA em tudo que se refere à aplicação para crianças.


Após esse tipo de conhecimento, muitas pesquisas passaram a ser realizadas em varios paises e as conclusões sempre foram muito parecidas. Passou-se a correlacionar o bisfenol A a numerosos problemas de saúde incluindo câncer de mama e próstata, infertilidade no homem, puberdade precoce, problemas de comportamento, doenças cardíacas e diabetes.Nenhum grupo etário é imune a este “veneno”.


Em 2008, um estudo publicado na revista Journal of American Medical Association revelou, após avaliação de 1.400 adultos americanos entre 18 e 74 anos de idade, que aqueles que possuíam níveis elevados de BPA nos exames possuíam o triplo de condições de desenvolvimento de doenças cardio-circulatorias , o dobro para diabetes e anormalidades nas enzimas do fígado em quase todos os indivíduos.


Uma das maiores fontes de BPA ao nosso alcance está nas garrafas plásticas que utilizamos para consumo de água que são feitas de plástico policarbonatado.Alimentos enlatados pertencem a outro grande grupo fonte. Após exames de 50 tipos de alimentos em lata, um órgão não ligado a organizações interessadas no lucro, a National Workgroup for Safe Markets, encontrou BPA em 92% das marcas analisadas, inclusive de alimentos ditos orgânicos.


Qual seria a alternativa mais adequada para eliminarmos o bisfenol A de nossas vidas? Nesse mundo tóxico e industrializado que vivemos, a Saúde sempre ficou em segundo plano quando se comparava com possibilidade de lucros milionários. Como convencer os produtores de garrafas de plástico ou enlatados a deixarem de produzir para o bem da humanidade? O que isso interessa se a possibilidade de ganhar fortunas ininterruptas se apresenta claramente?


Uma industria chamada Éden Foods, sensibilizada com os resultados das pesquisas que confirmam a nocividade do BPA, passou a produzir feijões orgânicos livres de bisfenol A desde 1999.Mais recentemente, outras companhias também passaram a faze-lo e destacam esse dado nos seus rótulos. Desta maneira, informados sobre o assunto, temos a possibilidade de escolher a partir das informações contidas nas embalagens. Parece que isso poderá ser seguido por mais empresas em todo o mundo mas, infelizmente, de forma lenta. O problema maior está nos plásticos.

Devemos pensar em “ressucitar” as embalagens de vidro? É claro que seria a melhor forma de agir mas haverá boa vontade em mudar, por parte dos fabricantes?
Podemos concluir que poucas chances temos no que diz respeito à defesa contra agressores químicos desenvolvidos em nome do progresso porem medidas individuais podem ser tomadas e assimiladas para minimizarmos os efeitos negativos de muitas substancias que nos agridem diariamente. Podemos nos motivar imensamente se pensarmos mais nos nossos entes queridos e aqui vão algumas sugestões a serem tomadas cada vez que formos às compras nos supermercados:
-comprar grãos (feijões, ervilhas etc.) em embalagens de vidro ou papelão;
-sopas e molhos em embalagens cartonadas;
-escolher peixes frescos, em pedaços ou postas;
-comprar bebidas em garrafas de vidro ou papelão;


Alem dessas medidas, tentar sempre preparar alimentos frescos ou congelados, evitando-se os enlatados, a menos que existam embalagens que refiram a NÃO PRESENÇA de bisfenol-A.


Apesar da necessidade tecnológica de avanços permanentes, aquilo que diz respeito à nossa Saúde deve ser bem conhecido para que possamos usufruir tudo o que o progresso possa nos ofertar.


Infelizmente, o Homo sapiens passou a ser influenciado por ganâncias com o passar do tempo e, desde o inicio da Revolução Industrial, surgiu uma espécie difícil de mudar suas opiniões e que tem contribuído imensamente para intoxicar a vida no nosso planeta- o “Homo economicus”.
(julho de 2010)


Fonte : Site do Dr.Sérgio Vaismann

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