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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estudo reforça teoria de que Parkinson pode ser desencadeado por desordens autoimunes

Pesquisadores norte-americanos descobriram que um gene envolvido na resposta imune está associado ao risco de desenvolver o mal de Parkinson. O trabalho, publicado na Nature Genetics, reforça a teoria de que a doença pode ser desencadeada em partes pelas reações nocivas do sistema imunológico, como inflamações, infecções ou desordens auto-imunes – quando o organismo passa a atacar tecidos do próprio corpo.

O Parkinson ataca os neurônios da substância negra, uma parte do cérebro que ajuda a controlar os movimentos. Os sintomas mais comuns da doença são tremores involuntários, movimentos lentos, musculatura enrijecida e diminuição do equilíbrio. Embora não sejam raras as manifestações da doença puramente genéticas, suas causas não são bem claras. Pesquisadores acreditam que casos “esporádicos” sejam resultado de uma interação entre fatores genéticos e ambientais (como exposição a certos tipos de pesticidas).

Recentemente, cientistas relacionaram alguns genes para o risco de casos esporádicos da doença. Os genes MAPT e SNCA foram identificados como agentes chaves na medida em que parecem ser ativados principalmente nos neurônios. O MAPT codifica uma proteína estrutural dentro dessas células nervosas e o SNCA codifica a alfa-sinucleína, uma proteína que pode regular a sinalização dentro e entre neurônios.

O novo estudo identifica uma variante do gene HLA-DRA como fator de risco para o Parkinson. Este gene codifica proteínas existentes nas células do corpo para ajudar o sistema imunológico a distinguir células do corpo de “reais invasores”. Além disso, o trabalho confirma as associações dos genes MAPT e SNCA, além de realçar outro gene denominado GAK. A variante HLA-DRA foi a mais fortemente associada com o início tardio e casos esporádicos (e mais frequentemente em homens) da doença de Parkinson.

A equipe também analisou o efeito combinado de variantes de risco nos quatro genes. Já que todos têm duas cópias de cada gene, o número total possível de variantes de risco é oito. O risco da doença de Parkinson foi duplicado em indivíduos com quatro variantes de risco e cinco vezes maior em pessoas com seis ou mais variantes de risco.

“Cada um dos genes associados ao Parkinson esporádico tem um impacto muito pequeno no risco da doença em si, mas aditivamente esses genes podem ter um grande impacto”, explica Haydeh Payami, pesquisador do Departamento de Saúde do Estado de NY Wadsworth Center, em Albany.

As descobertas devem estimular a associação entre o papel do sistema imunológico na doença. Alguns estudos demonstraram que há sinais de inflamação no cérebro de pacientes com Parkinson e que o uso de drogas anti-inflamatórias não esteroides está relacionado a um risco menor para o problema. Curiosamente, um parente do HLA-DRA, chamado HLA-DRB, é o mais forte fator de risco genético conhecido para a esclerose múltipla, uma condição neurológica causada por reações autoimunes.

Fonte: Ciência Diária

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