Mas na opinião dos próprios médicos, sobram testes laboratoriais e faltam avaliações físicas
por André Bernardo
Salvo raríssimas exceções, qualquer consulta médica segue mais ou menos a mesma cartilha: o paciente chega ao consultório, queixa-se de sua saúde, relata alguns sintomas e, apreensivo, pergunta ao médico se o seu estado é grave.
Em seguida, o médico faz uma análise clínica do paciente, levanta o seu histórico familiar, realiza exames físicos e, só então, solicita exames laboratoriais ou de imagem para confirmar a sua hipótese diagnóstica. Certo? Nem sempre...
Às vezes, os médicos subvertem essa ordem. Ou pulam etapas. Há especialistas que, por diversos motivos, deixam de fazer exame físico ou levantar o histórico familiar do paciente.
Contentam-se, apenas, em solicitar uma infinidade de exames. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), a cada 100 consultas realizadas por convênios médicos que possuem clínicas e hospitais próprios, cerca de 90 delas registram a solicitação de exames.
Esse número tende a subir quando o atendimento é feito pela rede credenciada. Segundo a Abramge, a proporção é de 1,5 exame para cada consulta. "Há um exagero na solicitação de exames.
Muitos são pedidos ao acaso, sem qualquer base clínica. Não é à toa que 70% dos resultados são normais", afirma Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica. "O ideal seria o médico formular um bom raciocínio clínico, chegar a uma hipótese diagnóstica e, só então, pedir exames vinculados àquele diagnóstico", ensina. (...) segue
Fonte : Revista Viva Saúde
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