Publicados resultados de procedimentos feitos nos primeiros seres humanos modificados geneticamente
Faz mais de dois anos que os primeiros seres humanos transgênicos circulam lépidos e felizes entre nós. Mas não se preocupe, eles não são policiais com superpoderes ou corredores de maratona turbinados. São pessoas que nasceram com doenças genéticas graves e foram geneticamente modificados nos hospitais. Receberam o gene que faltava em seu genoma e se livraram da doença. Agora, após dois anos de acompanhamento, os resultados desses experimentos estãos endo publicados na literatura científica. É o começo de uma nova era.
O paciente P2 é um jovem de 18 anos que teve o azar de herdar de um dos pais uma cópia não funcional do gene que produzum dos componentes da hemoglobina, a proteína que carrega oxigênio e é responsável pela cor vermelha do sangue. Mas seu azar foi duplo, pois a cópia do gene que herdou do outro progenitor também era defeituosa e incapaz de produzir a quantidade necessária de hemoglobina.
Essa doença é comum, chama- se talassemia e,quando as duas cópias do gene não funcionam, provoca anemia fortíssima. Antigamente era fatal, mas hoje pode ser tratada com transfusões periódicas ou transplante de medula.Foram as transfusões que recebia a cada mês, desde os 3 anos, que mantiveram P2 vivo, pois nunca foi achado um doador compatível.Num primeiro passo, os cientistas colheram uma amostra da medula óssea de P2, onde estão as células que produzem hemácias. No caso de P2, essas células não produziam hemoglobina. As células foram mantidas vivas fora do corpo e geneticamente transformadas com um vírus modificado.
Esse vírus continha uma cópia normal do gene que faltava a P2. Enquanto suas células geneticamente modificadas cresciam no laboratório, P2 foi submetido a uma forte quimioterapia para matar grande parte das células que habitavam amedula de seus ossos.
Finalmente, em junho de 2007, as células originais de sua medula, agora com um gene funcional, foram reinjetadas. Durante o primeiro ano, P2 teve de receber transfusões, mas a análisedo sangue mostrava que, aos poucos, a quantidade de hemoglobina derivada das novas células aumentava. (...) segue
Fonte : Estadão.com.br - Planeta
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