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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Paranoia de limpeza pode abrir espaço para 'superbactérias'

JULIANA VINES

DE SÃO PAULO

A maioria das bactérias não faz mal a ninguém. Mesmo assim, todos os dias, zilhões de germes inocentes são exterminados por um arsenal cada vez maior e mais complexo de desinfetantes e sabonetes antissépticos.

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Silvia Zamboni/Folhapress
A professora Priscila Blazko, que faz os filhos Vinicius, 6, e Marina, 4, tomarem banho toda vez que brincam na areia
A professora Priscila Blazko, que faz os filhos Vinicius, 6,
e Marina, 4, tomarem banho toda vez que brincam na areia

Essa matança injusta e indiscriminada de micro-organismos é desnecessária e pode fazer mal à saúde. "Com a morte de bactérias neutras, sobra mais espaço para nocivas", diz a médica Flávia Rossi, diretora do laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Além de ocupar espaço e comer células mortas, bactérias neutras desempenham várias funções no organismo. Ajudam na síntese de vitaminas e no funcionamento do intestino, por exemplo.

O biólogo Marcos André Vannier-Santos vai além e diz que, sem os parasitas, os homens não seriam os mesmos. "Temos vários genes e enzimas de origem bacteriana. A coagulação sanguínea acontece graças a bactérias. A placenta foi formada a partir de um vírus", diz ele, que é pesquisador do laboratório de biomorfologia parasitária da Fundação Oswaldo Cruz,

É claro que muitos parasitas são nocivos e que os cuidados básicos com higiene são fundamentais, mas nada justifica uma certa paranoia desinfetante que está tomando ares de epidemia, a julgar pela quantidade de produtos "superpoderosos" que chegam ao mercado.(...) segue

Fonte : Folha.com - Equilíbrio e Saúde

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