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quarta-feira, 16 de março de 2011

Brasil registra número recorde de transplantes

Em 2010 foram 21.040; governo quer criar centros transplantadores, encarregados do atendimento de pacientes em determinada região

Lígia Formenti / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O Brasil registrou no ano passado 21.040 transplantes - um número recorde -, contra 20.053 realizados em 2009. O aumento mais expressivo ocorreu nas cirurgias para transplantes dos chamados órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rins e pâncreas), com elevação de 7% em relação ao ano anterior.

Transplantes de medula óssea, por sua vez, registraram um aumento de 10% no período: de 1.531 para 1.695.

Os números, porém, ainda estampam as imensas disparidades regionais. São Paulo é responsável por 47% dos transplantes realizados no País: 9,9 mil. A marca é quase cinco vezes maior do que a apresentada por Minas, o segundo colocado. Tocantins, Amapá e Roraima não realizaram nenhuma cirurgia do tipo.

Para tentar reduzir a diferença, o governo quer lançar um projeto de incentivo para Estados onde o serviço é inexistente ou apresenta deficiências. "A ideia é fazer investimento em toda a rede. Mas daremos atenção especial a Estados que têm mais deficiências", disse o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda.

Para o secretário, é possível aumentar de forma expressiva o número de transplantes no País. "Mas não é necessário que todos os Estados tenham centros responsáveis pela cirurgia. Queremos montar polos transplantadores, que ficarão encarregados do atendimento de pacientes de determinada região."

Centro. Uma das ideias em estudo é a de que o Distrito Federal, por exemplo, seja transformado em centro responsável pela realização de transplantes de coração para região Norte e Nordeste. "Todos os Estados têm de ter central de regulação, captação de órgãos. Mas não é preciso que em todo local haja oferta de todos tipos de transplantes."

O secretário disse que ainda não está definido o valor que será investido na rede. "O dinheiro virá. Vamos estudar a forma de distribuição, mas o principal é reduzir as desigualdades: um morador do Piauí ou Maranhão tem de ter o mesmo acesso à cirurgia do que uma pessoa de São Paulo ou Rio Grande do Sul."

Miranda querer ainda dobrar o número de doadores. "Registramos uma melhora significativa, mas há ainda espaço para crescer." Em 2010, o número de doadores por milhão de pessoas foi de 9,9. Em 2009, era de 8,7.

Fonte : Estadão.com.br

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