por Mona Dorf
Seu trabalho integra a lista das “10 tecnologias que vão mudar o mundo”, segundo o MIT
“A ideia é mostrar o que aconteceu nos últimos 10 anos na neurociência na área de interface cérebro-máquina, desde que a neurociência foi criada, e como ela tem evoluído nos últimos 30 anos, com o objetivo de trazer para a prática clínica, uma série de descobertas científicas que vão possibilitar, eu espero, a criação de várias terapias para uma série de doenças neurológicas. A nossa ideia é utilizar os sinais elétricos do cérebro que ainda são produzidos em regiões não afetadas por algumas dessas doenças e criar um desvio computacional que permita que o pensamento motor, a atividade elétrica motora do cérebro controle vestes ou próteses robóticas que devolvam ao paciente as funções neurológicas perdidas por causa dessas doenças”.
Considerado um dos vinte maiores cientistas da atualidade, pela Scientific American, é o brasileiro mais próximo do Nobel, já recebeu mais de 35 prêmios internacionais.
A neurociência do século XXI é também um agente de transformação social.
Nicolelis nos conta do seu Instituto Internacional de Neurociência de Natal que está mudando a realidade de milhares de alunos carentes. “Nós temos nesse momento 1400 crianças, 1000 no estado do RN, 400 no interior da BA, engajadas num projeto educacional de ciência infanto-juvenil no período contra-turno da escola pública. A ciência se transformou na grande ferramenta pedagógica dessas crianças. A escola é totalmente prática, são laboratórios de ciência modernos onde a criança aprende conceitos fundamentais de ciência, matemática, expressão linguística, história e geografia, realizando experimentos. Descobrimos que essa maneira de ensinar ciência faz a criança dar um salto acadêmico tremendo, a escola se transforma num grande parque de diversões. A criança quer ir para a escola, não é mais uma obrigação, e sim uma atividade lúdica. As crianças vem de distritos escolares muito pobres com classificação abaixo dos indicadores de educação. Nós fomos às piores escolas do RN e agora essas crianças começam a ter um desempenho acadêmico igual a dos melhores ditritos do país porque elas tiveram oportunidade de aprender”, comenta um empolgado Nicolelis que passa a maior parte de seu tempo no exterior.
Ele é codiretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke (EUA) e consultor do Instituto do Cérebro da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça).
Em sua conferência no Fronteiras 2010, Nicolelis compartilhou novidades sobre seu trabalho pioneiro na leitura e decodificação da atividade elétrica do cérebro. Com profundas implicações na medicina e no futuro da nossa espécie, os estudos na área possibilitarão o controle de membros mecânicos à distância – um novo universo de próteses. O objetivo de seus experimentos é usar a interface cérebro-máquina para reabilitar o movimento em casos de lesões medulares.
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