Antes que o peso dos anos e a dureza da enfermidade que o levou subtraísse boa parte de sua leveza de viver, meu pai costumava me contar histórias. Boas histórias.
Não apenas pela alegria de encantar. Mas, também.
Suas histórias possuíam o brilho de um brinquedo novo. Tinham aquele frescor do sorriso das crianças pequenas; de todas aquelas que abandonavam a distração das televisões da minha infância – tão preciosas naquela época – e o rodeavam apenas para ouvi-lo falar.
Assim, ficávamos boquiabertos, eu e meus primos – todos beirando os sete anos de vida – viajando em suas palavras por um mundo de aventuras, onde heróis mitológicos com seus tapetes mágicos bordejavam nuvens douradas em busca de ocultos tesouros, lâmpadas maravilhosas e seus traiçoeiros djins.
Sim, meu pai possuía o dom de contar histórias.
Fonte : Do deserto ao oásis
Um comentário:
Mais verdades verdadeiras chegando a nós outros. È preciso saber viver, o rei cantou em versos e prosas!
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