Numa dessas pontes aéreas, fui abordado pelo meu vizinho de assento que coincidentemente tinha assistido uma de minhas palestras naquela cidade e que discordava veementemente de meu ponto de vista sobre a importância da ciência.
Eu sempre considero instigante ouvir esse tipo de crítica e provoquei meu interlocutor para que enumerasse os pontos fracos de minha fala.
Ele restringiu-se a vaticinar com grande rigor que eu era uma pessoa muito crédula, ou em outras palavras, que eu acreditava excessivamente na ciência como se esta fosse infalível.
Minha primeira reação foi de surpresa. Depois de pânico.
Será que era essa a percepção que eu passara ao meu público depois de quase uma hora de palestra?
Ou aquele era um caso pontual?
Precisava tirar aquilo a limpo. Ele me oferecia uma oportunidade rara de rever minha prática.
Comuniquei ao meu interlocutor essa minha intenção e retirei os meus apontamentos da valise e o convidei para que lesse comigo o texto base da minha palestra a fim de que ele me apontasse sua discordância, coisa que ocorreu naturalmente ate chegarmos nessa parte:
“A Ciência não é perfeita e nem infalível, mas possui um mecanismo de busca e correção de suas imperfeições e falhas”.
Fonte : Credulidade e ceticismo – os dois lados da mesma moeda
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