Pesquisa mostra que desconhecimento sobre as diferenças entre produtos diet e light gera riscos para os diabéticos
Quando, há dois anos, Geraldina Simão, 83 anos, descobriu que estava pré-diabética, redobrou a atenção com os rótulos dos alimentos. Refrigerante e geleia, só se forem diet.– Geralmente, eu mesma gosto de fazer os doces, usando adoçante. Mas, quando compro um produto, levo o dietético – diz.
Nem todos os portadores de diabetes, porém, têm a mesma consciência. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que a confusão entre produtos light e diet é grande entre os pacientes.
Para verificar o grau de conhecimento sobre o assunto, a nutricionista Paula Barbosa de Oliveira ouviu 120 pessoas atendidas pelo Centro de Saúde Escola da faculdade e dos Núcleos de Saúde da Família da USP.
– É pequena a porcentagem da população estudada que sabe a diferença entre um produto diet e um light, que tem o hábito de ler o rótulo dos alimentos e que se preocupa com a quantidade utilizada de adoçante – constata Paula.
Menos da metade – 41,7% – costuma observar as informações das embalagens. Por isso, ela defende que os pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tenham mais acesso à informação, ainda que o consumo dos produtos sem açúcar não faça parte do tratamento do diabetes. Paula lembra que existe uma legislação que exige dos fabricantes um aviso sobre os componentes dos produtos, mas sustenta que, além de desinteresse, as pessoas dizem não conseguir enxergar o que está escrito nem entender o significado do rótulo.
– Acho que talvez o tamanho da letra e a presença de termos técnicos possam dificultar o hábito da leitura dos rótulos – acredita.
A nutricionista Larissa Nepomuceno, consultora na área de nutrição, concorda:
– É muito comum as pessoas fazerem confusão com as informações do rótulo, não só as diabéticas.
Ela explica que diet e light são absolutamente diferentes.
– Os produtos dietéticos são feitos para atender dietas com algum tipo de restrição, que pode ser de açúcar, sal, colesterol ou proteína – diz.
Segundo ela, não basta o fabricante dizer que o alimento é diet:
– É preciso informar se é isento de açúcar ou indicado para diabéticos.
Já os produtos light são alimentos modificados para reduzir em pelo menos 25% algum dos componentes, em relação à forma tradicional. Geralmente, têm como alvo pessoas que querem perder peso, pois possuem menos calorias e gordura.
De acordo com Larissa, um grande erro cometido nas dietas de emagrecimento é consumir chocolate diet no lugar do light.
– O fato de ser diet só quer dizer que pode ter quantidades insignificantes de açúcar. Mas, para compensar a falta de gosto, os fabricantes aumentam a gordura. Por isso, esses chocolates são mais calóricos que os normais – conta.
Fonte : Zero Hora
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