por EDUARDO PERILLO e MARIA CRISTINA AMORIM
Na segunda metade do século XX, a prestação de serviços de assistência médica evoluiu para constituir uma complexa estrutura médico-hospitalar e, desta, a partir dos anos 1980, para o atual complexo médicoindustrial. A evolução tecnológica do antigo instrumental e das próprias práticas do trabalho médico passou a exigir estruturas progressivamente complexas. Por esse motivo, os hospitais se constituem nos centros de atenção à saúde e local privilegiado de sua execução. Originalmente obtidos a partir de extratos naturais, os medicamentos modernamente utilizados tornaram- se sofisticados e patenteáveis, com vida útil relacionada ao período financeiramente rentável da proteção patentária.
O recente relatório do Banco Mundial, Desempenho hospitalar no Brasil: em busca da excelência, revela que o País gasta com assistência à saúde cerca de 8% do PIB, mais do que países de renda média comparável, obtendo, porém, resultados menores quanto ao montante despendido. Ao contrário do verificado nas economias desenvolvidas (exceto nos Estados Unidos), mais de 60% dos gastos com saúde cabem às famílias, restando ao governo menos de 40%. O gasto médio mensal das famílias, segundo o estudo, varia bastante, entre R$ 376 para os 10% mais ricos da população, e R$ 28 para os 40% mais pobres.
Apesar da evolução tecnológica e de atendimento pela qual passou a área de saúde pública nos últimos 20 anos, no Brasil ainda é grande o número de pessoas sem acesso adequado aos serviços |
FOI NO CONTEXTO das modificações econômicas e políticas do período de 1942-1966 que ocorreu a criação e consolidação do complexo médico-hospitalar de assistência à saúde, precursor do atual complexo médico-industrial. E parte significativa dos atuais dilemas da saúde já existia ao menos desde os anos 1940, pressionando os tomadores de decisão e gerando consequências aos cidadãos.(...) segue
Fonte : Portal Ciência & Vida
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