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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O VELHO DE ONTEM

Quem disse que quero viver
para alcançar a velhice?
Tanto quanto a mocidade
fui feliz na meninice,
pra ser um velho sem tesão
aposentado sem tostão
abdico dessa tolice

Nada de longevidade
com gosto de hipertensão
sofrendo mal de Parkinson
com safenas no coração
esquecido numa rede
de mulher não ter mais sede
perdendo aos poucos a visão

Ter doença de alzheimer
esquecer a própria história
porque ela vai causando
sua perda de memória,
e a tal qualidade de vida
é só recordação perdida
sem qualquer escapatória

Ser idoso é ter um peso
sobrecarregando a vida
as pernas vão afinando
a "coisa" fica descaída
já nem falso não levanta
nem o viagra adianta
bem, é hora de despedida

O corpo é um riacho de dor
músculos desaparecem
anda com dificuldade
os desejos esmorecem
torna-se azedo tal o fel
quer logo seguir para o céu
os que o amavam o esquecem

Porque nada lhe agrada
de tudo fica distante
até mesmo seus netinhos
viram copo de purgante
nada mais lhe dá consolo
não pode tocar em bolo
que viver angustiante!

Só resta esperar a morte
tem disfunções intestinais
nem percebe se urina
sofre de problemas renais
seu mundo perdeu o sentido
nem parece ter vivido
morre como os animais
(...) segue
O IDOSO NA ATUALIDADE



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