TATIANA DINIZ da Folha de S.Paulo
Os usos dos medicamentos chamados de "naturais" enfrentam ressalvas. E é bom aprender a distinguir "naturais" de "fitoterápicos". Fitomedicamento é um remédio que tem como princípio ativo uma erva natural e cuja eficácia e segurança foram devidamente comprovadas. Esses medicamentos precisam ter uso autorizado pela Anvisa e registro no Ministério da Saúde. Para saber se o remédio é autorizado, o cliente deve observar na embalagem se há o número de registro do laboratório, como nos alopáticos.
De acordo com a clínica-geral e nefrologista Liliana Secaf, do hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, faltam estudos científicos sobre a eficácia e o efeito adverso de muitas plantas.
"Apesar de naturais, elas podem gerar um efeito danoso em vez de benefícios", afirma, citando que alguns chás medicinais de cogumelos são tóxicos ao fígado e ao rim e podem causar câncer renal.
Já os fitoterápicos ela considera mais seguros. "Ruim é comprar ervas em feiras e se automedicar", diz.
Para o clínico-geral Flávio Dantas, professor de clínica médica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), apesar de os remédios naturais serem mais seguros do que os alopáticos, já que contêm mais baixa dosagem de princípios ativos, isso não quer dizer que eles não tenham efeitos adversos. "Muitas pessoas exageram. O que diferencia o remédio do veneno é a dose. Tudo que é feito de plantas tem componentes químicos. Além disso, cada pessoa é única. Uma dose que para uma não faz nada pode causar um grande efeito em outra", alerta.
Ele também lembra que é preciso ficar atento à procedência das plantas. "Muitas pessoas as compram por aí e não sabem de onde elas vêm e se têm contaminação", aponta. Segundo Dantas, o fato de existir uma padronização para os fitoterápicos torna-os mais seguros. "Com as normas da Anvisa, é possível ter segurança sobre o produto que se receita", diz.
Fonte: Folha de São Paulo
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