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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Falta remédio na rede pública para tratar Parkinson

Cristiane Flores

Portadores de Parkinson reclamam que estão há um mês sem medicamentos. De acordo com a Associação Baiana de Portadores de Parkinson e Alzheimer (Abapaz), desde o dia 2 de agosto está em falta, na rede pública, os medicamentos: pramiprezol, donetezil, levadopa carbidopa, rivastiguinina, enpacapone sifrol e prolopa, fundamentais para o tratamento dos sintomas de Parkinson, que vão desde tremores até impossibilidade de andar.

A vice-presidente da Abapaz, Beila Carvalho, afirma que a chefia de gabinete da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, através de e-mail recebido no dia 25 de agosto, que foi realizado o empréstimo do medicamento pramiprezol junto a outros estados, devido à falta deste medicamento na Bahia, e que esta semana a situação já estaria regularizada, entretanto, até ontem, a situação ainda era a mesma.

Ester Carvalho, portadora de Parkinson, relata o sofrimento de estar há um mês sem os medicamentos que aliviam os sintomas da doença. “Desde o dia 2 de agosto estamos passando por este problema. Sem estas substâncias, os sintomas do Parkinson são terríveis, os tremores se agravam, sentimos tontura, além de travar as pernas, impossibilitando até de ficar de pé.

Fiquei dois dias de cama sem poder me levantar, tive que pegar uma caixa emprestada com outro portador da doença, caso contrário estaria ainda de cama. O sifrol, medicamento que ameniza os tremores, custa cerca de R$ 300 uma caixa com 30 comprimidos, eu tomo quatro comprimidos por dia, uma caixa só dura uma semana para mim. Sinceramente, não sei mais o que fazer”, contou.

O mesmo problema está ocorrendo com Erotides Cristina, que reitera todo o relato de Ester, e acrescenta ainda o descaso dos funcionários de alguns postos de distribuição destes medicamentos. “Estou há um mês enfrentando este problema.

Quando vou a um determinado posto que faz a distribuição dos medicamentos, observo um certo desleixo dos funcionários, eles tratam a gente com rispidez, como se não fosse um direito nosso ter acesso a esses medicamentos, mas sim uma caridade do governo, não vou informar qual é o lugar porque temo represália destas pessoas, só quero chamar atenção para isso. Comprei uma caixa de sifrol, mas não sei como é que vai ser caso continue em falta, eu não trabalho, portanto, não tenho condições de comprar outra caixa deste medicamento que só dura dez dias para mim”, desabafou.

Informada sobre a falta destes medicamentos através de sua assessoria de comunicação, a Sesab não prestou nenhum esclarecimento sobre a situação até o fechamento desta matéria.

Fonte : Tribuna da Bahia

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