Para o psiquiatra Jonathan Metzl e seus colegas, nosso conceito de saúde traz julgamentos morais embutidos e é uma forma de discriminar certos grupos de pessoas
Governo espanhol aprova uso de imagens de advertência sobre os males do tabagismo nas embalagens de cigarro. As fotografias causaram polêmica no país pelo forte apelo visual. Os fabricantes terão um prazo máximo de doze meses para adotá-las.
"Criamos uma ideia de que fumantes são cidadãos de segunda classe. As pessoas olham para eles e dizem: 'Você é uma má pessoa porque fuma'. Tudo isso começou como uma questão de saúde e se desvirtuou para um julgamento moral"
Eles são vistos como "inimigos da saúde", mas é preciso cautela para entender a questão. Eles não têm nada contra a penicilina, pesquisas com células-tronco ou protetor solar. Trata-se apenas de um grupo de médicos e acadêmicos que se levantou contra o que chama de "ditadura da saúde moderna", sob a qual se esconderiam preconceitos. Os argumentos do grupo estão reunidos no livro Against Health - How Health Became The New Morality (Contra a saúde: como a saúde virou a nova moralidade), recém-lançado pela editora da New York University e ainda sem versão em português. A obra é organizada por um dos "inimigos da saúde", o psiquiatra norte-americano Jonathan Metzl, que escreve para a Harvard Review of Psychiatry, revista de psiquiatria da renomada universidade norte-americana. Na entrevista a seguir, ele comenta as amarras que a "noção distorcida" de saúde impõe às pessoas, impedindo-as por vezes de aproveitar os prazeres da vida. (...) segue
Fonte : Veja.abril.com.br
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