Visualizações de página do mês passado

domingo, 5 de dezembro de 2010

DOENÇAS OCULARES VI [Hipermetropia]

Doenças da visão
Dra. Amaryllis Avakian é médica oftalmologista e coordena o setor de cataratas do Departamento de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da Universidade São Paulo.


Drauzio – Como você caracteriza a hipermetropia?

Amaryllis Avakian – Na hipermetropia (imagem 4), a convergência final dos raios de luz que penetram pela córnea acaba ocorrendo num ponto atrás de retina. O resultado é o oposto da miopia: a pessoa enxerga mal de perto, e bem de longe.
A hipermetropia é uma característica dos olhos pequenos. Em geral, toda criança nasce com 20° de hipermetropia, mas o olho vai crescendo e o grau, diminuindo. Esse desvio é considerado normal até os quatro ou cinco anos, e não há necessidade de lentes para corrigi-lo.

Drauzio – A incidência de hipermetropia é mais ou menos comum a partir de certa idade?

Amaryllis Avakian – A partir dos 40 anos, existe um tipo de hipermetropia, chamado de presbiopia, que é vulgarmente conhecido como vista cansada. Por causa dele, pessoas que tinham visão normal até essa idade precisam de óculos para enxergar de perto.

Drauzio – Qual a diferença entre hipermetropia e presbiopia, ou seja, a vista cansada das pessoas mais velhas?

Amaryllis Avakian – A diferença está só na nomenclatura. Chamamos de hipermetropia o defeito de visão que aparece antes dos 40 anos e de presbiopia, ou vista cansada, o que aparece depois dessa idade. Em geral, depois dos 40 anos, a maior parte das pessoas precisa de óculos para leitura. Nessa fase, porém, os míopes são privilegiados porque um defeito compensa o outro, e eles tiram os óculos que corrigem a visão para longe, quando vão ler, pois conseguem enxergar com nitidez de perto.

Drauzio – Você disse que toda criança nasce com hipermetropia. Como evolui a hipermetropia a partir do nascimento?

Amaryllis Avakian – Todos nós nascemos com um grau maior ou menor de hipermetropia. É como se tivéssemos um olho pequeno que faz os raios caírem atrás da retina. No recém-nascido, a hipermetropia gira em torno de 20° Com o crescimento, esse grau vai sendo reduzido até atingir o momento em que deve zerar. No entanto, se o olho continuar crescendo, a criança desenvolverá miopia.
Drauzio – O recém-nascido, então, enxerga mal de perto. Tem dificuldade para focalizar o rosto da mãe. Com que idade, seu olho adquire o tamanho ideal para a imagem cair exatamente sobre a retina?

Amaryllis Avakian – Por volta dos cinco ou seis anos, a hipermetropia já é bem pequena, embora até os 40 anos a pessoa tenha um grau de hipermetropia residual, imperceptível, e que dispensa o uso de óculos.
Apesar de testes visuais em crianças pequenas mostrarem que a visão só se completa um pouco mais tarde, a partir de um ano, elas já estão vendo muito bem de perto, porém essa capacidade adquirida não é estável. Uma doença ou acidente que interfiram na estrutura do olho podem fazê-la regredir totalmente.

Drauzio - O hipermétrope forma a imagem atrás da retina. Esse é um defeito visual que pode ocorrer antes dos 40 anos. Já, depois dos 40, são muito comuns os casos de presbiopia ou vista cansada. A associação de hipermetropia com presbiopia agrava o quadro?

Amaryllis Avakian – Agrava. Se a pessoa tinha, por exemplo, três graus de hipermetropia antes dos 40 anos, depois dos 40, poderá precisar de óculos multifocais ou de lentes progressivas.

Drauzio – Miopia e hipermetropia são defeitos antagônicos. Eles podem aparecer juntos?

Amaryllis Avakian – Eles nunca aparecem juntos no mesmo olho. Isso não impede que a pessoa possa apresentar miopia num olho e hipermetropia no outro.

Drauzio – Existem estatísticas sobre a incidência de hipermetropia, miopia e astigmatismo na população em geral?

Amaryllis Avakian - Não temos estatísticas oficiais, mas existem algumas estimativas que somos capazes de levantar de acordo com a faixa etária. Praticamente, 100% das pessoas são hipermétropes quando nascem. Já os míopes são raros nessa idade. Aos sete anos, aproximadamente 70% das crianças são hipermétropes e os 30% restantes, míopes. Quanto ao astigmatismo, é difícil calcular, porque a pessoa pode ter astigmatismo e miopia ou astigmatismo e hipermetropia, simultaneamente.

Fonte: Dr. Drauzio Varella – Site Oficial

Nenhum comentário: