Neurônios imperfeitos / Experimento com células-tronco identifica mecanismo de perda e ganho de material genético
08/06/2011 - O neurocientista brasileiro Stevens Rehen deu mais um passo para desvendar as causas de um fenômeno celular intrigante que ele próprio identificou dez anos atrás e que contribui para tornar o cérebro de cada pessoa diferente do de todas as outras. Em um trabalho publicado em 7 de junho na revista PLoSone, Rehen descreve um dos possíveis mecanismos que levam as células cerebrais a ganhar ou perder cromossomos, os filamentos enovelados de DNA que abrigam os genes, e tornam o cérebro um mosaico de células com características genéticas distintas das herdadas dos pais. (...)O resultado obtido agora pelo grupo de Rehen acrescenta um elemento de complexidade ao processo de diferenciação celular, com implicações positivas e negativas. A aneuploidia pode ajudar a explicar diferenças de comportamento entre irmãos gêmeos idênticos ou o surgimento de doenças do cérebro – há estudos mostrando que os neurônios de pessoas com mal de Alzheimer costumam apresentar uma cópia extra do cromossomo 21. Mas também complica o desenvolvimento de terapias com células-tronco para doenças neurodegenerativas, como o próprio Alzheimer ou Parkinson. A partir de agora, os pesquisadores terão de levar em consideração o risco de aumento de aneuplodia decorrente da transformação das células-tronco em neurônios. “Ainda não sabemos se os efeitos gerados pela aneuploidia são prejudiciais, benéficos ou neutros”, diz Rehen. “Precisamos aprender mais sobre a citogenética dessas células”. Fonte: Revista Pesquisa Fapesp.br.
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