Essa é uma questão muito interessante, pelo menos é um tanto controvérsa, já que diz respeito a minha situação como Parkinsoniano. O que fiz para merecer tão inglório fim?
Minha vida não é o que chamamos de felicidade plena, e por isso me pergunto,... Por que eu?
O que tenho de diferente de meu irmão, amigo, conhecido que me faça sofrer desse jeito?
Mil coisas podem passar em minha cabeça para justificar essa doença que tanto nos aflige.
Infelizmente por mais que tente não consigo ver onde se encontra a Justiça de Deus nesse caso. O que acontece para que a doença de Parkinson se envolva no meu corpo, como uma hera parasita que abraça uma árvore até matá-la sugando sua seiva?
As perguntas que formulamos, nos momentos em que a insatisfação, revolta e o medo de um futuro inseguro, nos fazem refletir sobre o por que de ser eu e não aquele vizinho chato que vive brigando no prédio por causa da vaga do estacionamento. Ou daquele morador de rua, que não faz nada e ainda não tem vergonha de vir pedir esmola, e só deixa a cidade mais feia?
Por que? Por que? Por que? Por que?
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Se lamentar não é uma atitude inteligente,... E isso é lógico, ou não é?
Imagina vivermos reclamando da vida de tudo e de todos.
Que vida miserável teríamos!
Não vem ao caso os por ques e nem faz sentido chorar por uma situação irremediável.
Revolta, medo, desespero, todos são sentimentos que devemos eliminar de nossas vidas. Tem muito mais sentimentos que precisamos eliminar de nosso íntimo mas levarias muito tempo para listá-los todos. A ideia não é lembrar desses sentimentos perniciosos que nos fazem sofrer. A ideia é o contrário, cultivar as virtudes para ser feliz.
Quem quer ficar remoendo fatos e situações que se encontram no passado e que não tem mais jeito?
Quem vive de passado é museu, e isso não quero para mim.
Acreditar numa vida boa, apesar do Parkinson é uma atitude das mais saudáveis e produtivas.
É ser inteligente querer só o que é bom para nós.
Grande abraço, meus amigos, e até a próxima.
Humberto
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