Raramente nos questionamos de como o nosso cérebro influencia os movimentos do nosso corpo, a menos que esta relação dada como adquirida deixe de funcionar natural e corretamente, uma condição que acontece por vezes acontece no caso de pacientes com patologias neurológicas.
De que forma o nosso cérebro consegue influenciar o corpo a mover-se após a tomada de decisões, como por exemplo, seguir pelo caminho da direita ou da esquerda, é a questão que esteve na base do estudo de uma equipa de investigadores do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, cujos resultados foram hoje, na edição de 8 de julho, publicados na revista científica Nature Communications.
Rui Costa, investigador do Programa de Neurociências, da Fundação Champalimaud, explica em declarações à TV Ciência que «já se sabia que cada hemisfério controlava em grande parte o movimento do outro lado do corpo».
«Sabia-se que uma parte do cérebro denominada por gânglios da base era importante para controlar esses movimentos contralaterais e pensava-se que dois circuitos (ou vias) dos gânglios da base tinham efeitos opostos nos movimentos contralaterais. O chamado circuito direto facilitaria os movimentos contralaterais, enquanto o circuito indireto inibiria os circuitos contralaterais».
No estudo agora publicado, Rui Costa adianta que «o que descobrimos é que estes dois circuitos estão coativos durante os movimentos contralaterais e são ambos importantes para facilitar os movimentos contralaterais».
Para chegar a estes resultados, os investigadores utilizaram a técnica denominada de optogenética que permite observar e manipular cada um dos circuitos. Nas experiências realizadas em ratinhos, ao inibirem cada um dos circuitos de forma independente, os investigadores verificaram que os animais deixaram de controlar os movimentos contralaterais. Por outro lado, quando os cientistas ativaram os dois circuitos em simultâneo, os animais passaram a controlar os movimentos contralaterais espontaneamente.
Fonte : Neurocientistas descodificam mecanismo que influencia movimentos contralaterais do corpo - TV Ciência
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