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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Quanto menos, melhor

Conheça as novas drogas que podem ser tomadas com intervalos maiores e, assim, melhorar a vida do paciente

Por Ivonete Lucirio

Um paciente que se descobrisse portador do vírus da Aids, há pouco mais de uma década iniciava seu tratamento tomando cerca de 30 comprimidos por dia. Era uma verdadeira tortura. “Sentia-me como se estivesse comendo um cachorro vivo, e este cachorro me comia por dentro”, descreveu o cantor e compositor Renato Russo, que faleceu vítima da doença. “Os esquemas terapêuticos são variados, dependendo da fase da doença.

O número de comprimidos ou até o medicamento injetável dependem de cada esquema”, diz o infectologista David Uip, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Mas não se pode negar que, hoje, a situação já melhorou bastante: no geral, para se combater o HIV são necessários três comprimidos, duas vezes ao dia.

O coquetel contra a Aids é apenas um exemplo de uma tendência da indústria farmacêutica: reduzir cada vez mais o número de vezes que uma droga precisa ser tomada por dia, até se chegar a extremos em que remédios possam ser ingeridos uma vez ao ano e com a mesma eficácia das drágeas diárias. “O objetivo médico e da indústria farmacêutica é ministrar o menor número de comprimidos, em doses cada vez mais espaçadas, com reduzidos efeitos adversos”, explica Uip.

Essa tendência não significa que haja uma redução na dosagem, que continua sendo a mesma – para garantir a eficiência do tratamento e também o grau de toxicidade. O que muda é a posologia (o número de vezes que cada medicamento deve ser ingerido). “O objetivo principal é tornar o tratamento menos penoso para o paciente e, assim, aumentar a aderência”, explica André Feher, diretor médico do laboratório Novartis. Ou seja, garantir que a droga será tomada pelo tempo certo, exatamente como o médico indicou. “Quando temos uma sinusite é preciso tomar a antibiótico de 8 em 8 horas por 14 dias.

No início, o paciente cumpre o cronograma direitinho. Mas, por volta do quarto dia, quando os sintomas diminuem, a pessoa para de tomar o remédio”, explica o cardiologista Sandrigo Mangini, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Imagine como isso se complica no caso de doenças assintomáticas, como hipertensão arterial e aterioesclerose, que exigem um tratamento longo. Diante de uma grande quantidade de comprimidos, fica difícil manter a regularidade”. Nesses casos, reduzir a posologia é ainda mais importante. (...) segue

Fonte : VivaSaúde

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