Desde a infância, Carlos Aníbal Pyles Patto sonhava com as alturas. Em Tremembé (SP), ele gostava de subir em árvores e olhar as nuvens.
Quando ventava, ia para o topo de um eucalipto para se balançar. Na juventude, trocou os galhos por um avião. Piloto da Aeronáutica, voou durante 34 anos. "Às vezes, ainda sonho que estou pilotando", revela.
Há uma década, quando estava próximo de se reformar, Patto era adido militar no Uruguai e teve a chance de fazer seu último voo em grande estilo.
Na época, ele já era portador de Parkinson e não pilotava há 17 anos. Atendendo a um chamado da base aérea em Montevidéu, ele foi até o local.
Se já não pode comandar um avião, Patto encontrou, porém, outras formas de se realizar.
Escultor autodidata, tem estátuas de gesso, concreto, resina e madeira espalhadas por toda a casa.
Já vendeu mais de 100 peças para investir na Associação Parkinson Brasília.
Também gosta de escrever e é autor de dois livros - um deles, autobiográfico. Atualmente, ainda dirige o carro - menos à noite,por recomendação da família.
A doença não o impede de viajar e, recentemente, esteve na Europa com a mulher, a psicóloga Maria Laura Santos Germano, com quem tem dois filhos.
Patto conta que os sintomas do Parkinson apareceram cerca de 10 anos antes do diagnóstico. "Eram sintomas sutis, muito pouco evidentes, e você só se dá conta quando é diagnosticado e olha para trás.
Comprei um relógio que você coloca no braço e dá corda. Em um braço funcionava; no outro, não. Eu tossia e minha mão direita chacoalhava. A minha escrita também começou a ficar lenta", diz.
Fonte : Diário de Natal
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