Mais de 1 bilhão de pessoas são portadoras de deficiência, diz relatório
Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial pedem que os governos facilitem o acesso destas pessoas a serviços básicos e invistam em programas que desenvolvam seus potenciais
Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial pedem que os governos facilitem o acesso destas pessoas a serviços básicos e invistam em programas que desenvolvam seus potenciais
09 de junho de 2011 | Genebra - Mais de um bilhão de pessoas - aproximadamente 15% da população mundial - são portadoras de algum tipo de deficiência, e 20% delas enfrentam grandes dificuldades em seu cotidiano, revelou nesta quinta-feira um relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial (BM).
O documento, o primeiro de caráter global publicado sobre o tema em 40 anos, destaca que poucos países contam com mecanismos adequados para responder às necessidades dos portadores de deficiência.
O número de pessoas com necessidades especiais, além disso, aumenta devido ao envelhecimento da população e da maior ocorrência de problemas de saúde crônicos, como diabetes, doenças cardiovasculares e mentais.
Grande parte dessas pessoas - entre 110 milhões e 190 milhões - enfrenta ainda barreiras que vão desde a discriminação até a ausência de serviços adequados de atendimento sanitário e reabilitação, passando por sistemas de transporte e edifícios inacessíveis.
Dessa forma, essa parcela representativa da população não tem acesso a um sistema de saúde de qualidade, tem menos sucesso nos estudos e possibilidades de emprego, além de sofrer com maiores taxas de pobreza.
"Devemos fazer mais para romper as barreiras que segregam essas pessoas, em muitos casos excluindo-as da sociedade", disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan.
Para isso, a OMS e o BM pedem que os Governos acelerem seus esforços para permitir aos portadores de deficiência acessar serviços básicos, além de investir em programas especializados que permitam a estas pessoas desenvolverem seus potenciais.
O estudo ressalta que nos países mais pobres as crianças com necessidades especiais têm menos possibilidades de se manterem escolarizadas que as demais.
Nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico a taxa de portadores de deficiência inseridos no mercado de trabalho é de 44%, o que representa pouco mais da metade do que a das pessoas sem necessidades especiais (75%).
O estudo mostra ainda alguns exemplos positivos, entre eles Curitiba, com seu sistema público de transporte integrado que facilita o acesso dos portadores de deficiência adotando um design universal e conscientizando motoristas.
Em Moçambique e Tanzânia, oficinas sobre linguagem Braille e de sinais garantem que as mensagens de prevenção contra a aids cheguem aos jovens com necessidades especiais. Fonte: O Estado de S.Paulo.
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