Eu conheci um anjo que me deu suas asas para que eu pudesse voar, seguir adiante, chegar mais alto. Depois partiu, sem despedidas... sem um sorriso, nem uma lágrima...
A dor da perda é um sentimento que eu desconhecia. Eu não estava preparada para perder, sentir o amor ser arrancado da minha vida. Sinto um enorme vazio e não estou sabendo compreender isso.
As lembranças permanecem, o peito aperta em cada instante, e tudo me faz lembrar momentos sublimes: o livro de poesia, o cartão em que ele declarou seu amor que uso como marcador de página, a xícara que ele tomava capuccino, o jogo de xadrez com tabuleiro e peças de vidro, o porta retrato ao lado do computador, a medalhinha de São José que carrego no peito, junto com a medalha de São Bento, que era de sua mãe, o seu nome tatuado com sua própria letra, o som de Buena Vista, as músicas francesas de que ele tanto gostava. Ah... lembranças tantas, e um coração pequeno para tanta saudade.
Não faltam “frases feitas” para tentar explicar a morte… mas a verdade é que nada que se fale nestes momentos tem o poder de amenizar a tristeza que sentimos.
O telefone já não toca no horário habitual, a rotina se desfaz, sonhos, planos e intenções vão se perdendo, mas tudo ao redor caminha... A vida continua, mas lá do lado de fora, aqui se espalha um sentimento morrente, como se mastigasse meu coração com toda esperança que nele havia. A vida lá fora não espera que eu cuide das minhas feridas, e eu nem tenho tempo de chorar.
Meu pai ensinou-me a razão; minha mãe, a paixão; com minha irmã aprendi a não desistir dos sonhos; com meu filho aprendi a perseverança; com minha filha descobri a superação; com o pai de meus filhos descobri o valor do perdão; com amigos conheci a tolerância, a paciência e o valor da reciprocidade; com meu amado conheci o amor incondicional, que se doa todo sem restrições e nada pede. Mas ninguém me ensinou como prosseguir sem a pessoa que era o motivo do meu viver. Cada parte da minha casa tem um pouco dele: o lustre antigo no teto do quarto; a poltroninha de leitura que ele escolheu, ao lado da cama; a disposição da mesa da cozinha e as cores da perede que ele pediu para mudar; até mesmo o “inexistente” tapete da sala, que não tivemos tempo de comprar...
Não se negocia com a morte: ela vem, tosca, leva-nos o brilho, a esperança, destrói sonhos, e deixa um rastro de dor, dor custosa, inexplicável em palavras.
Legítimo ou não, o amor que vivi fez de mim uma pessoa melhor, mais paciente, mais compreensiva, mais sensata, mais forte... mas não tanto para suportar a pungente sensação de vazio.
Enquanto tento redirecionar minha vida, e até que eu me reencontre, vou dar um tempo aos blogs. Peço desculpas pela falta de cooperação e pela ausência. Na medida do possível e aos poucos, estou tentando deixar um ou outro “post”.
Em compasso de espera por mim, deixo um abraço fraterno a todos que passam por aqui.
Simplesmente TT, [alma em luto].
Um comentário:
Cara Amiga Tetê, somos solidários a sua dor e tristeza, sei que nada que falemos vai diminuir a dor da perda, mas os amigos sentem essa dor e é normal que fiquemos preocupados, fomos surpreendidos recentemente com a perda da nossa amiga Vera Esteves que muito marcou a todos.
Entendemos sua posição esse é um momento de recolhimento interior e respeitamos sua decisão, digo apenas o seguinte guarde no seu coração os momentos alegres vividos com ele, onde quer que esteja certamente estará junto com você, vamos elevar nossos pensamente a Deus para que o guie nesses novos caminhos.
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