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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O ANJO QUE ME ACOLHEU

Eu conheci um anjo que me deu suas asas para que eu pudesse voar, seguir adiante, chegar mais alto. Depois partiu, sem despedidas... sem um sorriso, nem uma  lágrima...
A dor da perda é um sentimento que eu desconhecia. Eu não estava preparada para perder, sentir o amor ser arrancado da minha vida. Sinto um enorme vazio e não estou sabendo compreender isso.
As lembranças permanecem, o peito aperta em cada instante, e tudo me faz lembrar momentos sublimes: o livro de poesia, o cartão em que ele declarou seu amor que uso como marcador de página, a xícara que ele tomava capuccino, o jogo de xadrez com tabuleiro e peças de vidro, o porta retrato ao lado do computador, a medalhinha de São José que carrego no peito, junto com a medalha de São Bento, que era de sua mãe, o seu nome tatuado com sua própria letra, o som de Buena Vista, as músicas francesas de que ele tanto gostava. Ah... lembranças tantas, e um coração pequeno para tanta saudade.
Não faltam “frases feitas” para tentar explicar a morte… mas a verdade é que nada que se fale nestes momentos tem o poder de amenizar a tristeza que sentimos.
O telefone já não toca no horário habitual, a rotina se desfaz, sonhos, planos e intenções vão se perdendo, mas tudo ao redor caminha... A vida continua, mas lá do lado de fora, aqui se espalha um sentimento morrente, como se mastigasse meu coração com toda esperança que nele havia. A vida lá fora não espera que eu cuide das minhas feridas, e eu nem tenho tempo de chorar.
Meu  pai ensinou-me a razão; minha mãe, a paixão; com minha irmã aprendi a não desistir dos sonhos; com meu filho aprendi a perseverança; com minha filha descobri a superação; com o pai de meus filhos descobri o valor do perdão; com amigos conheci a tolerância, a paciência e o valor da reciprocidade; com meu amado conheci o amor incondicional, que se doa todo sem restrições e nada pede. Mas ninguém me ensinou como prosseguir sem a pessoa que era o motivo do meu viver. Cada parte da minha casa tem um pouco dele: o lustre antigo no teto do quarto; a poltroninha de leitura que ele escolheu, ao lado da cama; a disposição da mesa da cozinha e as cores da perede que ele pediu para mudar; até mesmo o “inexistente” tapete da sala, que não tivemos tempo de comprar...
Não se negocia com a morte: ela vem, tosca, leva-nos o brilho, a esperança, destrói sonhos, e deixa um rastro de dor, dor custosa, inexplicável em palavras.
Legítimo ou não, o amor que vivi fez de mim uma pessoa melhor, mais paciente, mais compreensiva, mais sensata, mais forte... mas não tanto para suportar a pungente sensação de vazio.
Enquanto tento redirecionar minha vida, e até que eu me reencontre, vou dar um tempo aos blogs. Peço desculpas pela falta de cooperação e pela ausência. Na medida do possível e aos poucos, estou tentando deixar um ou outro “post”.
Em compasso de espera por mim, deixo um abraço fraterno a todos que passam por aqui.
Simplesmente TT, [alma em luto].

Um comentário:

Unknown disse...

Cara Amiga Tetê, somos solidários a sua dor e tristeza, sei que nada que falemos vai diminuir a dor da perda, mas os amigos sentem essa dor e é normal que fiquemos preocupados, fomos surpreendidos recentemente com a perda da nossa amiga Vera Esteves que muito marcou a todos.
Entendemos sua posição esse é um momento de recolhimento interior e respeitamos sua decisão, digo apenas o seguinte guarde no seu coração os momentos alegres vividos com ele, onde quer que esteja certamente estará junto com você, vamos elevar nossos pensamente a Deus para que o guie nesses novos caminhos.